A mostra Ex-ótica, de Fernando Leite, apresenta 52 pinturas divididas em quatro núcleos: Igapós, com paisagens imaginárias da Amazônia; Mira, um conjunto de pequenas pinturas do céu, produzidas durante o período mais restrito da pandemia, entre maio e junho de 2020; a série Cannabis, com pinturas de flores de maconha, espécie exótica trazida ao Brasil pelos escravos no período colonial; e as paisagens da série Ver te, que, segundo o curador, Paulo Herkenhoff, “opera o conceito de bioma, tomado sobretudo por sua dimensão vegetal e sua intersecção com a umidade. Iniciada em 2015, Ver te é o título de sua série relativa à Mata Atlântica, um dos mais ricos biomas do planeta e que se estende por 17 estados brasileiros do Rio Grande do Sul até o Piauí. As paisagens retratadas por Fernando Leite aludem claramente à região do Rio de Janeiro, com a floresta da Tijuca e as palmeiras imperiais, a Roystonea oleracea, espécie trazida das Antilhas para o Brasil, que abundam na cidade como no Jardim Botânico, no Parque Lage ou no bairro do Flamengo. A Roystonea é um signo vegetal da presença atual, nas florestas do Brasil, de espécies ex-óticas. Em Ver te ainda estão jaqueiras (Artocarpus heterophyllus), originárias da Ásia. Aquelas palmeiras são a evidência do projeto de globalizante da navegação portuguesa no período de colonização do Brasil.” Durante a mostra serão distribuídas sementes de palmeira imperial com instruções de plantio e cultivo.
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