Poucos dias após o golpe militar de 11 de setembro de 1973 no Chile, Evandro Teixeira (Irajuba-BA, 1935) viajou para Santiago enviado pelo Jornal do Brasil. Suas fotografias revelam uma cidade sitiada, ocupada pelas forças militares. O marco fundamental talvez tenha sido o registro que realizou logo após o falecimento do grande poeta chileno Pablo Neruda perpassando pela clínica, o velório em sua residência depredada; e o enterro com grande participação popular, documentando a primeira grande manifestação contra o regime do general Augusto Pinochet. O plano-sequência construído do enterro de Neruda, associado às demais imagens que produziu na cidade, juntamente com o registro visual do regime militar no Brasil (1964 e 1968), compõem a estrutura central desta exposição, evidenciando a importância do fotojornalismo para a liberdade de expressão e testemunho da realidade. A curadoria da exposição Evandro Teixeira. Chile, 1973 é de Sergio Burgi, com assistência de curadoria de Alessandra Coutinho Campos, pesquisa biográfica e documental de Andrea Wanderley e pesquisa e organização do acervo de Alexandre Delarue Lopes. Na redação do Jornal do Brasil, Evandro Teixeira era conhecido como “o cara que resolvia”. Foi assim, fotografando seu país e registrando grandes eventos no Brasil da segunda metade do século XX, que o baiano de Irajuba, nascido em 1935, acabou por se projetar para o mundo. Política, esporte, moda, comportamento, nada escapou às suas lentes em quase 70 anos de carreira. Desde 2019 o IMS tem a guarda de seu acervo, com mais de 150 mil fotos.
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