Sua apresentação no Museu d’Orsay se encaixa diretamente em um eixo do projeto cultural do museu que visa expandir a “polifonia de Orsay” para figuras artísticas menos clássicas, aqui apresentando uma artista emergente já muito elogiada pela crítica. Sua trajetória meteórica desde sua saída da Escola de Belas Artes de Paris há menos de dez anos foi comentada várias vezes e será também uma oportunidade de mostrar a atenção do Museu d’Orsay para os artistas frequentadores da escola vizinha e entre os ex-alunos que são apaixonados por suas coleções.
A exposição contemporânea da primavera de 2024 destacará a sensível inserção da artista na tradição dos Nabis – grupo de jovens artistas pós-impressionistas vanguardistas da última década do século XIX. Se o toque sutil da artista, sua paleta cromática e seus motivos preferidos nos lembram Pierre Bonnard, Édouard Vuillard ou Félix Vallotton, outros detalhes figurativos nos trazem de volta à realidade mais contemporânea: graças à presença de características atuais (telefones celulares ou cabos de alimentação eletrônicos) nessas cenas de gênero atualizadas, mas também ao transpor preocupações de nosso tempo para essas composições. Assim, a intimidade do corpo materno no banho às vezes apresenta o modelo se depilando, ou o gênero é questionado pela transposição de um modelo masculino nu na banheira, outra tela até mesmo apresenta uma cena íntima centrada no prazer feminino, ou a encenação do familiar em um quarto é iluminada pela luz azul noturna de um laptop apoiado nos joelhos de uma figura deitada.
Essa atualização deverá, incontestavelmente, ressoar com as telas de Pierre Bonnard, Édouard Vuillard e Félix Vallotton permanentemente expostas nessas galerias, sem choque ou sentimento de pastiche, dado que o universo de Nathanaëlle Herbelin permanece sensível e singular.
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