Clarice Cunha, “Ensaio para montar e desmontar mundos (Mundo acarpetado)”, 2023 – Divulgação
Na próxima sexta-feira, dia 31 de janeiro, das 17h às 21h, o lapa Lapa, espaço independente no bairro da Lapa, convida para a abertura da exposição Estudos para uma casa na árvore. A exposição, com curadoria de Sofía Steinvorth, resulta da residência artística realizada durante o mês de janeiro por Clarice Cunha (São Paulo, 1985) e Manuela Costa Lima (São Paulo, 1983).
As artistas, formadas em arquitetura e urbanismo, apresentam trabalhos novos desenvolvidos com materiais recolhidos nas imediações do espaço expositivo. Nas suas práticas, ambas fazem do tecido urbano a fonte para as suas instalações, sendo o caminhar, a escuta do lugar e a coleta pontos em comum para investigarem outras relações possíveis com a cidade. Aliás, foi por essa razão que se deu o convite para a residência no lapa, Lapa, espaço que se define em grande medida pelo comprometimento com o território no qual opera.
Assim, Estudos para uma casa na árvore convida a imaginar outras formas possíveis de habitar e de estar em contato com os nossos arredores. Sendo o lapa, Lapa no primeiro andar de um prédio pequeno, à altura da copa de uma árvore, trabalhou-se à volta da memória afetiva e lúdica do que para alguns poderá ter sido a primeira relação que tiveram com o pensamento arquitetônico e a criação de um ambiente singular, em que as coisas podiam ser dispostas com grande liberdade.
Dos passeios pelas zonas residenciais da Lapa, da visita a lugares icônicos como o Mercadão da Lapa, passando pelas mais recentes demolições de casas e por estabelecimentos de comércio local onde convivem o artesanato e o altamente processado, resultam quatro instalações de mediano e grande porte. Enquanto Manuela Costa Lima trabalha majoritariamente com fragmentos de mobília de madeira encontrados nas ruas, Clarice Cunha reúne elementos diversos de uso cotidiano adquiridos no comércio local. Assim, num ambiente fantástico de passarinhos de madeira feitos e pintados a mão, suportes para plantas de metal e de plástico, portas, gavetas, feijões, elásticos de cabelo, borboletas dissecadas, pedras e pedrinhas para aquários, partes de armário, ganchos para cortina de chuveiro, dobradiças, banquinhos, sacolas de crochê e balas de todas as cores e sabores, resulta uma ecologia sensível, um tanto precária e não menos delirante, carregada de história e significados. Encontrámo-nos com a substância de um lugar através do encontro minucioso com a sua materialidade e os afetos que esta evoca.
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