O que é o corpo em relação ao objeto? Qual sua reação ao estar em um território fora dos padrões estabelecidos? Ao interagir com uma matéria diferente e considerada incomum, de que forma o corpo redefine os espaços de ação com determinado objeto?
É a partir destes questionamentos que nasce a primeira individual de Nazareth Pacheco na Galeria Lume: “Então, faça!”. A ser inaugurada dia 7 de setembro com curadoria de Galciani Neves, a mostra instiga uma reflexão entre o que é regimentado e o que é possível, quando “objetos apropriados do cotidiano são reproduzidos em materiais não habituais, enquanto seus usos também se reconfiguram para além das normatividades prescritas e vigentes”.
Nazareth Pacheco transforma sua obra em um registro de sua vivência e convida o visitante a questionar o sentido das formas denominadas como “padrões”, destinadas a usos parametrizados que visam o “ser humano comum”. Comum, segundo quem? Mudando peso e material de objetos cotidianos, a artista provoca uma abrupta reconfiguração na habitual manipulação dos mesmos e, assim, transforma sua relação para com o corpo que os observa.
Nas palavras da curadora: “Nazareth nos chama a perceber sensivelmente os acontecimentos e a construir narrativas múltiplas: que os corpos contam, que os corpos contrapõem quando ousam equipará-los. As histórias não são as mesmas, assim como os corpos também não o são”.
“Então, faça!”, instrução que dá nome à exposição, relembra um dos contatos de Pacheco com a artista Louise Bourgeois, referência fundamental em sua produção, especialmente na relação com os materiais, nos métodos de criação e na forma de abordar temas autobiográficos por meio da linguagem visual: “Viver e fazer, (…) sentir na própria pele e transbordar em arte; ser arrebatada pelos acontecimentos e re-materializá-los”, conclui Galciani Neves.
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