“Ensaio de tração” de Luiz Dolino na Galeria Contempo

Luiz Dolino, “Esfinge”, 2014. Créditos: Divulgacão

No sábado, dia 27 de setembro, a Galeria Contempo inaugura “Ensaio de tração”, individual do artista fluminense Luiz Dolino. Com mais de 50 anos de produção contínua, Dolino consolidou uma linguagem singular dentro da tradição construtiva, inserindo-se em um território onde razão e sensibilidade coexistem em linhas diagonais e geometrias turvas. Seu trabalho se destaca por uma abordagem poética da geometria, na qual os campos chapados de cor — característicos de sua obra — operam como vetores desestabilizantes da definição de suas formas geométricas.

A mostra, que conta com curadoria de Gabriel San Martin, apresenta mais de uma dezena de obras, entre trabalhos inéditos e pinturas presentes no livro. Ao propor um diálogo entre diferentes momentos da carreira do artista, reitera a continuidade de sua pesquisa formal na experimentação com a cor, a linha e a construção espacial.

“O termo ‘ensaio de tração’, que intitula a mostra, é um termo comum da engenharia mecânica que se refere ao teste de tensão-deformação que permite determinar propriedades mecânicas cruciais — como a resistência à tração e o módulo de elasticidade. Se a produção de Dolino é historicamente voltada ao interesse por composições capazes de desequilibrar a linha reta ao limite de uma estrutura que não falha, a exposição apresenta um ângulo de leitura da produção do artista definido por uma lógica constante de ‘testar os limites’ do equilíbrio geométrico”, diz o curador. 

O livro “Inventário parcial” é um testemunho visual e afetivo da trajetória de Dolino. A publicação reúne cerca de 100 obras acompanhadas de textos críticos, depoimentos e registros biográficos que ajudam a contextualizar a relevância de sua obra no panorama da arte abstrata no Brasil.