Nascido em Havana, em 1979, o artista cubano J. Pavel Herrera reside no Brasil desde 2016. Licenciado em Educação das Artes Plásticas e mestre em Artes Visuais pela UNICAMP, foi revelado no cenário artístico de seu país em 2014, com a exposição “Maldita Circunstância”, realizada na Casa Museu Oswaldo Guayasamín. Nos últimos sete anos Pavel tem apresentado ao público brasileiro sua poética singular, de forte personalidade e impactante subjetividade. Amparado em uma sublime criação pictórica – um universo onírico de paisagens que provocam interpretações livres e pessoais – Pavel tem desenvolvido uma concisa investigação sobre a insularidade como fenômeno geopolítico, provocando reflexões sobre processos migratórios, memória e pertencimento. A constatação dessa unidade discursiva e de sua concisão criativa pode ser vista a partir de 19 de agosto, quando será aberta ao público “Enleve”, a primeira exposição individual de Pavel na Galeria Contempo, que representa o artista.
Reunindo cerca de 20 pinturas produzidas entre 2014 e 2023, a maioria em óleo sobre tela, a mostra tem curadoria de Paula Borghi, que enfatiza o caráter político manifestado de forma elíptica e metafórica na criação de Pavel. “Ao olhar sua obra é possível pensar nos demarcadores geográficos, sociais e raciais que atravessam sua produção porque, mesmo sem abordar tais questões de forma direta, isto é parte intrínseca de sua subjetividade. A sensação provocada por suas paisagens, sobretudo pela visualidade infinda no horizonte, gera um sentimento de liberdade, ao mesmo tempo de pertencimento no mundo. É por esta via de mão dupla que os trabalhos atuam em enleve: encantamento, êxtase e suspensão”, diz Paula.
Em outubro de 2022, ao lado de outros quatro artistas, Ana Durães, Luiz Dolino, Rubens Ianelli e Tarm, Pavel participou da mostra coletiva “Paisagem Brasileira Contemporânea”, organizada pela Contempo na Casa de America, em Madri, na Espanha. Foi então que Monica Felmanas, sócia-fundadora e curadora da Contempo, teve a constatação de que o passo adiante seria idealizar uma primeira retrospectiva do artista caribenho.
“O trabalho do Pavel é único e universal. Ele é um artista cubano, e sua história é parte da história do Brasil e do momento atual do mundo. Pavel é mais um imigrante em busca de melhores condições de vida. Não é fácil deixar seu país, família, amigos e começar uma nova vida. E aqui ele fincou raízes, constituiu sua família e vive do seu trabalho. Pavel tornou-se um brasileiro, e somos apaixonados por seu trabalho, dedicação e talento. Ele é um exemplo a seguir”, defende Monica. Nona exposição individual de Pavel e a sexta realizada por ele no Brasil, “Enleve” rompe um hiato de quatro anos desde suas últimas mostras, “Poemas Mal Escritos” e “Lembranças e Utopias” (2019), intervalo agravado pelo maior drama coletivo vivenciado pela humanidade neste século, como destaca o artista.
“Cada projeto expositivo é uma experiência nova, um desafio. Enleve é minha primeira exposição depois da pandemia, momento que deixou paralisado muitos projetos e provocou um acúmulo de trabalho para instituições e galerias. Cada lugar tem sua própria e individual forma de relação obra/espaço expositivo. Para mim, esse momento é sempre um novo desafio, assim como é desafiador conectar e estabelecer um diálogo com o público a partir das narrativas presentes na exposição. Enleve é também uma forma de voltar a olhar para minha produção no meio da diversidade de propostas e poéticas dos artistas representados pela Contempo”, conclui Pavel.
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