Yamandú Canosa, “Estudio para combinatoria” – Crédito: Divulgação
A Zielinsky São Paulo apresenta, de 10 de maio a 07 de junho de 2025, “Eco e lugar”, a primeira exposição individual em São Paulo do artista uruguaio Yamandú Canosa. Nascido em 1954 em Montevidéu e radicado em Barcelona desde os anos 1970, Canosa é um dos artistas mais destacados de seu país, com uma trajetória amplamente reconhecida na Espanha e internacionalmente. Em 2019, representou o Uruguai na 58ª Bienal de Veneza com o projeto A casa empática.
Sua obra — formalmente eclética — estabelece um diálogo entre a modernidade e a contemporaneidade. Há mais de vinte anos, suas instalações constroem paisagens imersivas onde habitam iconografias figurativas, abstratas e textuais do cenário de sua experiência. Yamandú Canosa entende a paisagem como “paisagem de linguagem”. Nas palavras de Christian Alonso: “A prolífica obra de Yamandú Canosa tem se concentrado na elaboração e desenvolvimento de uma noção expandida do desenho e da pintura, fortemente vinculada à linguagem, entendida como uma estrutura dinâmica decisiva para a constituição subjetiva do ser humano. Após um processo de revisionismo nos anos 80, que o leva a romper com a lógica dos estilos históricos, ele assume a experiência como sujeito e articula conceitos sobre estratégias de construção de sentido. A partir dessa experiência, cria narrativas complexas relacionadas ao plano como cartografia, o plano como pele, o plano como espaço côncavo ou o tempo do olhar, bem como questões relacionadas à identidade cultural, paisagem, memória e afetos. Suas instalações, enquanto composições, orientam-se à ampliação dos limites do sentido, à análise do olhar, à percepção e à formação do sujeito com e através da linguagem. Suas cartografias subjetivas se desdobram em fragmentos, rastros e vistas parciais, distribuídas em relação à linha do horizonte como plano diagramático, o que permite a Canosa refletir sobre a arte e seu entorno, redefinindo ao mesmo tempo a noção de experiência estética.”
Em Eco e lugar, um horizonte atravessa todas as salas da galeria, transformando o espaço em uma grande paisagem transparente, que se replica em eco em um grande espelho.
Eco e lugar é uma instalação site-specific que coloca em diálogo esses dois temas recorrentes na obra de Yamandú Canosa há mais de vinte anos. O eco e o lugar são dois conceitos que o artista tem explorado em diversas abordagens formais e que agora apresenta em duas séries de obras recentes, nas quais a abstração é utilizada como ferramenta de síntese.
A série de polípticos Lugar é uma síntese dos conceitos transversais que constroem a ideia de “lugar” em sua obra: complexidade, diversidade e pertencimento — fruto de sua experiência como migrante. Em Lugar, um círculo explora cinco facetas diferentes do mesmo espaço, revelando sua heterogeneidade. A qualidade de um espaço é percebida de forma diferente dependendo de onde se experiencia. Lugar é uma série de teses, de síntese, que cartografa a qualidade impura do pertencimento. Lugar fala desde um espaço ideológico que está no centro do debate contemporâneo, onde ressoam as palavras de Hélio Oiticica: “A pureza é um mito.”
Na série Eco, a “sonoridade” de um círculo rebate em um espaço fechado, repete-se e se propaga. Eco fala da persistência da imagem, de seu reflexo, da qualidade sonora do espaço de representação e da memória. O eco acontece em um espaço e explora o lugar. A pintura Passeio em eco nomeia os isomorfismos do universo, revelando o caráter recorrente das formas e suas repetições no macro e no micro.
© 2024 Artequeacontece Vendas, Divulgação e Eventos Artísticos Ltda.
CNPJ 29.793.747/0001-26 | I.E. 119.097.190.118 | C.C.M. 5.907.185-0
Desenvolvido por heyo.com.br