A Zipper apresenta a exposição Deitar o vermelho sobre o papel branco para bem aliviar seu amargor de Fábio Baroli. Expostas no salão principal da Zipper Galeria, as pinturas retratam paisagens, arquiteturas vernaculares, personagens e elementos naturais, como animais e árvores, com o objetivo de revelar as diferenças sociais e resistências ao projeto colonialista. Fábio Baroli adentrou nas intrincadas tramas dos processos históricos e sociais relacionados à terra – uma jornada poética sobre identidade e território. O texto curatorial é assinado pela pesquisadora brasileira Galciani Neves, que explica o título da mostra, que se refere tanto à terra e suas cicatrizes, como ao gesto de pintar como expurgo. As cenas em seu trabalho projetam-se tanto como uma descrição/invenção desses territórios com homens, mulheres, caipiras e o jeito como repousam o corpo e suas ferramentas cotidianas, como apresentam um lugar pouco conhecido e muito estigmatizado – aquele lá longe, comumente reconhecido como roça, natureza, “terra de ninguém”, “interior do interior”.
Além disso, a exposição destaca espaços vazios e incompletos, que representam rupturas e pausas nas formas e nas cores. Essas pausas complementam outras pinturas de Baroli, estabelecendo conexões entre diferentes assuntos e acontecimentos. O artista lança críticas ao projeto colonialista e aborda questões como a monocultura extensiva e a imposição do excedente de produção. Destaca-se a presença marcante do boi nas obras de Baroli, um símbolo da relação do colono com a terra e um protagonista recorrente em diversas manifestações artísticas. A exposição também inclui instalações e pinturas de ferramentas e utensílios que trazem as marcas da lida, da terra e do trabalho humano.
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