A Superfície tem o prazer de apresentar a exposição Da construção da cor à dispersão da luz, individual de Hermelindo Fiaminghi. Com texto de Agnaldo Farias, a mostra contempla trabalhos desde sua fase concretista até obras de sua longa pesquisa intitulada Corluz. Da construção da cor à dispersão da luz tem abertura prevista para o dia 22 de junho de 2024, e permanece em cartaz até 10 de agosto do mesmo ano.
Nascido em São Paulo em 1920, Fiaminghi foi um artista múltiplo e de intensa atuação no cenário cultural da cidade. Suas várias experiências profissionais influenciaram mutuamente sua pesquisa imagética, resultando em um corpo de obras múltiplo porém coeso. A mostra panorâmica constrói uma cronologia do pensamento do artista através de suas obras, reunindo desde trabalhos concretistas dos anos 1950 até a série Corluz, da década de 1980.
A trajetória do artista pode ser organizada nesses dois momentos que, à primeira vista, podem parecer dissonantes. Contudo, há uma continuidade na sua forma de pensar. Se a sua fase concretista aponta para a geometria como construção da cor; em Corluz, Fiaminghi entende a questão inicial como algo mais complexo: a luz branca que incide sobre um prisma e se dispersa nas várias cores que a compõem.
Hermelindo Fiaminghi inicia seus estudos no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, onde estudou pintura e cursou artes gráficas. Logo depois, passa a trabalhar nas principais gráficas do país e, em meados da década de 1950, contribui em projetos de poemas-cartazes de poetas concretos como Haroldo de Campos e Décio Pignatari, incluindo a produção gráfica da revista Noigandres. Concomitantemente, Fiaminghi se envolve com o grupo de artistas concretos de São Paulo, coordenado por Waldemar Cordeiro, e participa da I Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM São Paulo — da qual duas pinturas integram a presente mostra. As obras do período criam um ritmo visual e trabalham com a sugestão de deslocamento de figuras geometrizadas, principalmente triângulos, a partir da lógica concreta.
Entre 1959 e 1966, Fiaminghi frequenta o ateliê de Alfredo Volpi e passa a se aprofundar no uso da têmpera, explorando a transparência das cores. Herdando parte de seus pigmentos, Fiaminghi investiga intensamente o uso da cor, no que ele nomeou de Corluz, pesquisa que perdurará até o fim de sua vida. Na década de 1980, sua pincelada se afasta definitivamente da rigidez concretista e apresenta gestos mais livres, que revelam o colorido como superfície flutuante.
Com cerca de 20 trabalhos, Da construção da cor à dispersão da luz permite que se apreenda a produção de Fiaminghi de forma plural e panorâmica, vinte anos após o falecimento do artista, de forma a homenagear a sua trajetória e importância para a arte brasileira.
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