Em um movimento de se reapropriar do cotidiano, “Crtl+C_Crtl+V” intitula a individual da artista Cristina Suzuki na Galeria Diáspora que abre em 25 de maio e traz 36 obras, produzidas desde 2012. Com humor ácido, os trabalhos refletem, e trazem à tona sob uma nova e crítica estética, as vivências da artista durante sua juventude na Zona Leste de São Paulo, até a fase adulta com sua mudança para o município de Santo André.
Para tal, a artista se reutiliza de itens frugais do cotidiano, transformando-os em obras questionadoras acerca, principalmente, dos arquétipos sociais. Os trabalhos estão interligados pelos assuntos que permeiam a sua produção artística, e a principal pergunta que surge na mostra é: qual o sentido em praticar a reutilização de objetos do cotidiano na criação de obras de arte, quando já temos as correntes modernistas do século XX?
“Pensei para esta exposição uma série de trabalhos novos, produzidos nos últimos dois anos e também obras mais antigas, porém inéditas ou que nunca tinham sido expostas”, conta a artista. Para as curadoras Carollinne Akemy Miyashita e Priscila Arantes, “o conjunto de trabalhos apresentados na exposição, mostra a maneira criativa com que Cristina Suzuki faz uso de materiais simples para subverter o círculo em que vive e sua profissão como artista no mercado brasileiro.”
Assim, folhetos de propaganda de supermercado que eram deixados no portão de sua casa, foram guardados por três anos e deram origem à “Lugar de ser feliz não é supermercado”. A obra surge ao transformar o portão em uma grande ‘trama’ reutilizando os papéis. Eternizado em vídeo com duração de pouco mais de uma hora, que será exibido durante a mostra, o trabalho ainda terá uma versão em foto de grande escala: 275×400 centímetros.
Outro destaque da exposição e que dá nome a ela, “Ctrl+C_Ctrl+V”, evidencia a intenção da artista em copiar e colar a realidade, ideia central desse trabalho. Nele, a artista tira print da tela diversas vezes criando um vídeo, desenvolvendo algo novo, apesar de ser uma cópia. “Nos 20 anos de carreira de Cristina Suzuki, percebe-se que os seus trabalhos, mesmo desenvolvidos em momentos diversos, se conectam e se entrelaçam criando um corpo de trabalho consistente”, comentam as curadoras.
Ainda para a mostra, no andar térreo da galeria serão apresentados trabalhos da série “Imprinting” em diferentes mídias, que traz, entre outros, os “Carimbos Sobrepostos”. São desenhos digitais recortados em borracha, sobrepostos em 3 camadas sobre uma base de madeira, de forma que inviabilize o seu uso como um carimbo usual. O processo original desta série consiste na utilização de carimbo elaborando diversos desenhos a partir de uma única figura. “Construo um quadriculado sobre o suporte e desloco o carimbo sobre ele, transfigurando a forma matriz”, explica Cristina Suzuki.
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