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“Clarão” de Ana Raylander Mártis dos Anjos na Martins&Montero

10 agosto -11:00 até 14 setembro -19:00

Vista da instalação Clarão, de Ana Raylander na Martins&Montero. Crédito: José Pelegrini

Os brancos ocupam um casarão na Rua Jamaica, n. 50. São imponentes em estatura e firmes na verticalidade que os mantém de pé, do teto ao chão, altivos e, por que não dizer, esguios. Fazem questão de não serem vistos desacompanhados; por isso, apresentam-se em conjunto mínimo de cinco, mas também podemos encontrá-los até em grupos de dez, principalmente os mais baixos, que não alcançam os três metros de altura e se distribuem pelo espaço. Em conjunto, os brancos se apresentam com os componentes materiais que os caracterizam e fortalecem: seus trajes e seus trejeitos.

À primeira vista, colunas perpendiculares cortam a horizontalidade do espaço, descontinuando a passagem que liga uma sala à outra; uma altura considerável, ampla e contínua; nos damos conta então de que aquelas colunas, rodeadas aleatoriamente de outras menores, compõem-se, como um mostruário, de peças torcidas e amarradas: camisas de algodão, tricôs, fibras naturais, rendas, casacos sintéticos, cintos, calças, tops, bordados feitos à mão. Os componentes do trabalho seriam familiares para muitos dos visitantes, ou não, uma vez que cada um desses componentes originava-se de lugares distintos e distantes. Trajes artesanais participam da montagem das colunas e envolvem-se em contorções juntamente com mercadorias prêt-à-porter que transitam globalmente a baixos custos, todas elas adereçadas com singelas peças, por vezes metálicas – botões, fivelas –, que reluzem à claridade do espaço.

A coesão dos brancos é também a evidência de que funcionam em uníssono, como num coral. Embora se esforcem para cantar juntos, em uma mesma altura e a fim de criar uma unidade que os identifique universalmente, é esse mesmo esforço de coesão que permite aos visitantes reconhecê-los enquanto grupo particular, com seus diferentes tons – já que dois tons de uma mesma altura podem configurar um uníssono, mesmo com origens diferentes. As alterações nas superfícies dos tecidos, como a textura da fibra natural ao lado de outra notavelmente artificial, ou as sinuosidades criadas pelas dobras das roupas quando expostas à força das mãos, ou ainda a coloração que vem à tona de cada trama têxtil, expondo as nuances do conjunto: os brancos, os branquíssimos, os encardidos. Clarões.

As torções e os clarões; esses são os principais componentes empregados por Ana Raylander em sua proposta para Clarão. A utilização ativa do demoramento como um procedimento artístico na operação de trançar cada peça-material permite à artista evidenciar seu empenho de refletir sobre as possíveis recomposições que aquele processo oferece no estabelecimento de variações de uma mesma matriz. Esse jogo possibilita ao visitante entrar em contato com aspectos cruciais da poética elaborada por Ana Raylander nos últimos anos, e atualizada para esta ocasião.

André Pitol

Detalhes

Início:
10 agosto -11:00
Final:
14 setembro -19:00
Categoria de Evento:
Evento Tags:
,
Website:
https://www.martinsemontero.com/viewing-room/3/

Local

Martins&Montero
Rua Jamaica, 50 - Jardim América
São Paulo, SP Brasil
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