Por séculos, as cidades foram entendidas como lugares de oportunidade — espaços onde distâncias se encurtam e desequilíbrios são atenuados por meio do diálogo e da convivência entre diferenças. Hoje, no entanto, também se tornaram locais onde as desigualdades crescem de forma mais acelerada e evidente. O que o urbanismo e a arquitetura podem fazer para restabelecer um equilíbrio entre os habitantes, as cidades e as oportunidades?
A exposição é concebida como um atlas de lugares, temas e projetos oriundos de territórios habitados ao redor do mundo, reunidos dentro de uma geografia imaginada. Seu objetivo é propor uma visão alternativa de desenvolvimento — que se afaste das análises econômicas e geopolíticas tradicionais sobre a desigualdade — e apontar caminhos inesperados para o crescimento.
Em uma atmosfera que remete a uma cidade abstrata, fragmentada e globalizada, trinta e cinco instalações site-specific — criadas por autores de mais de trinta nacionalidades — formam uma reflexão coletiva sobre a dialética em transformação entre riqueza e pobreza, sociedade e comunidade, ecologia e cidade. Juntas, essas obras exploram as formas surpreendentes com que essas tensões se manifestam hoje nos territórios habitados pela nossa espécie.