José Damasceno, obra da séria Solve, 2025 – Divulgação
O Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) recebe no próximo dia 22 de março, às 15 horas, no 1º andar, a exposição Cinelocus, de José Damasceno, artista visual que expõe regularmente no Brasil e no exterior. Com desenhos, esculturas, gravuras, vídeo, instalações e intervenções, Damasceno propõe uma experiência cinemática imaginária, tendo como ponto de partida o meio mágico do cinema, inspirado, principalmente, no Cinematógrafo — aparelho que grava e projeta imagens em movimento, criado pelos irmãos Lumiére no século XIX. A abertura, que terá performance do escritor e compositor Fausto Fawcett, às 18h, foi marcada coincidentemente para o mesmo dia, 22 de março, data da 1ª exibição pública de cinema dos irmãos Lumière, há 130 anos, no Grand Café de Paris.
O artista explica que a ideia da exposição é explorar espaços com uma arte a um só tempo — imaginativa e tangível, que lança mão de sinais, cores, objetos e arquitetura. “Na relação essencial entre a realidade e o imaginário reside a proposta de Cinelolcus, através da comunicação, permutação, transformação desses fatores. Me acompanha desde sempre a questão relacional entre objeto e ideia, que se confundem e se nutrem mutuamente”, pontua Damasceno.
Sobre a exposição, Evandro Salles, curador da mostra, aponta a relação do lugar que desencadeou o processo de construção deste trabalho pelo artista — a Cinelândia, espaço central e tradicional da cidade que hoje não mantém a representatividade do Cinema como antes, mas continua sendo um importante pólo cultural — e suas elaborações imagéticas. “Damasceno pega essa cicatriz da cidade para trabalhar a questão da imagem, da memória do Rio e do Cinema. Faz uma viagem filosófica, renovada do ser através do tempo e do espaço, com a percepção das presenças invisíveis que constroem a história das coisas e dos lugares. Na Cinelândia carioca, pensou o Cinematographo, Kino. É o Cinema como uma chave poética para metaforizar o olhar humano sobre o mundo e sobre si mesmo”, ressalta Salles.
Cinelocus, que fica no CCJF até dia 8 de junho, é a primeira exposição realizada por Damasceno em um espaço institucional no Rio de Janeiro desde final de 2014, quando o artista expôs seu trabalho na Casa França-Brasil. Locus, que compõe metade do nome que descreve a exposição, é um lugar geométrico que consiste no conjunto de pontos do espaço que gozam de uma determinada propriedade. Aos visitantes, a mostra pretende enriquecer o debate através da variedade de perspectivas. “Procuramos, sobretudo, iluminar a natureza do espaço, suas qualidades, propriedades e mistérios, além de estimular a ideia de espaço de elaboração e substrato imaginativo e promover um olhar crítico, sempre que possível aliado a uma curiosidade ilimitada”, explica o artista. Para ele, a nova exposição é uma importante realização na carreira. “Significa uma série de questões que me acompanham, me interessam e me intrigam, que se apresentam e se relacionam. Elas acontecem em Cinelocus de uma forma surpreendente”, conta.
Mais sobre a performance Cine Funk Locus 50 graus, de Fausto Fawcett (vocal e textos) e João de Bessayc (batidas e programações): na abertura da exposição, o músico e escritor Fausto Fawcett fará uma performance músico-poética interagindo com algumas obras do artista. Tendo como cenário a antiga sala de julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos espaços mais emblemáticos do Centro Cultural, onde hoje ocorrem concertos e palestras e local em que Damasceno instalou algumas obras, Fawcett performará, segundo ele, “cinco funks rap-sodias” sobre a atualidade incendiária do mundo contemporâneo. O início da performance está marcado para às 18h e deve ter duração de 20 minutos.
Sobre o artista: José Damasceno utiliza grande variedade de materiais, técnicas e meios para investigar os limites da escultura. A poética de Damasceno parte do deslocamento e do estranhamento para conceber perspectivas fluidas e móveis da representação dos espaços. Expõe regularmente no Brasil desde 1993 e, no exterior, a partir de 1995. Representou o Brasil nas 51ª e 52ª edições da Bienal de Veneza, na 25ª Bienal de São Paulo, na 15ª Bienal de Sydney e na 1ª e 4ª Bienal do Mercosul e Pinacoteca do Estado de São Paulo.
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