O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 5 de julho a 27 de outubro de 2024, a exposição Catherine Opie: o gênero do retrato, com obras de um dos principais nomes da fotografia internacional contemporânea. Catherine Opie (Sandusky, Ohio, EUA, 1961) foi uma das precursoras na discussão sobre questões de gênero entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 1990. Sua produção dialoga com a tradição do retrato – um dos mais tradicionais gêneros da pintura ocidental – de modo a dar legitimidade a novos corpos, subjetividades e experiências que emergem na sociedade contemporânea. Em suas fotografias, Opie retrata diversas expressões e subjetividades de indivíduos e coletivos que se identificam com gêneros e orientações sexuais diversas, especialmente pessoas queer.
Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Guilherme Giufrida, curador assistente, MASP, a mostra é a primeira da artista no Brasil, e reúne 63 fotografias de suas séries mais emblemáticas, desenvolvidas ao longo de mais de três décadas. Os retratos de Opie figuram ao lado de 21 importantes pinturas da coleção do MASP, entre elas, de Pierre-Auguste Renoir, Hans Holbein, Anthony van Dyck e Van Gogh. As obras são apresentadas em diálogo com o objetivo de acentuar os diálogos, tensões e reformulações aos quais o trabalho de Opie se propõe, além de desdobrar a predileção pela arte figurativa, marca da coleção do museu.
A artista explora o gênero clássico do retrato assumindo algumas de suas características, – fundo neutro, os gestos com as mãos, as expressões e os enquadramentos – e adiciona novos elementos, como a diversidade de gênero, as práticas sexuais, os corpos distintos e os relacionamentos familiares homossexuais. “É fundamental que todos os seres humanos sejam legitimados, isso é necessário para a inclusão de todas as pessoas, para a humanidade. Ao utilizar a estética tradicional do retrato, conforme a minha visão sobre a retratística, busco manter o espectador envolvido na obra durante a observação. Além disso, é uma forma de redefinir o corpo queer dentro de uma formalidade conhecida, e não tratar apenas de uma fotografia documental”, comenta Catherine Opie.
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