A Quadra apresenta duas mostras simultâneas na sede da galeria em São Paulo: a exposição individual Morada, alimento e autoteoria, da artista visual Carla Santana e a exposição A pronúncia dos gestos de Astrid González durante o mesmo período.
Morada, alimento e autoteoria é uma exposição que apresenta a pesquisa da matéria, textura, forma e conceitos da artista Carla Santana. Dentre as obras exibidas, estão 10 esculturas de base, 30 pinturas e 17 esculturas de parede. As obras expostas nascem a partir de investigação iniciada pela artista na residência Sertão Negro, em Goiana. Ao longo de um mês, Santana elegeu o barro, os casulos de animais e outros vestígios naturais lá encontrados como base de construção dos trabalhos. A visita ao quilombo Kalunga do Engenho II foi fator importante para que a artista traçasse através do elemento terra relações que unem a geologia do território com sua sabedoria ancestral. Sabedoria de proteção e morada, de plantio e alimento, de saber sobre si e nomeação de suas próprias experiências.
O trabalho de Carla é parte constituinte de uma geração de artistas que de forma consciente e intencional busca revisar estético e conceitualmente as análises e códigos visuais marcados pela exclusão da arte universalista. Santana inclui, portanto, em seu vocabulário visual a profundidade de posicionar sua prática na epistemologia do seu lugar de mundo, escrevendo sua autoteoria através da arte.
A pronúncia dos gestos é a exposição que ocupará a segunda sala da Galeria Quadra. Com trabalhos da artista colombiana Astrid González o espaço contará com uma instalação, 12 esculturas, 5 fotografias e 12 desenhos inéditos. Por toda a exposição o corpo está presente como força motriz da história. A exposição posiciona as relações de gestos dos corpos pretos entrelaçados a significados para além de objetos. González traz com suas obras a memória de sinais que marcam a sabedoria desses corpos, seja na interseção com a natureza, com a astrologia, com os animais ou com as marcas que esse próprio corpo carrega. Os trabalhos apresentados chegam como pronúncia e promessa de expor ora o peso, ora a leveza, de se conscientizar sobre a grandeza de ser descendente de quem se é.
Apostando na imprevisibilidade e surpresa das soluções apresentadas pela natureza em relação à humanidade e vice-versa, sobretudo em solos latinoamericanos, Carla e Astrid alinham suas estéticas e fazem de suas pesquisas verdadeiras raízes. Ambas as artista, de forma única, buscam, nessa relação, a memória de formas não conceituadas pelo cânone da arte, aceitando e recusando, a partir do agenciamento de si, a liberdade da criação.
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