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“Cálculo para beijar o magma” de Luana Vitra na Galeria Mitre

30 agosto -10:00 até 30 outubro -19:00

Luana Vitra, “Fluxos Migratórios”, 2025 – Imagem / Divulgação

A Mitre Galeria apresenta, a partir de 30 de agosto, Cálculo para beijar o magma, exposição inédita da artista mineira Luana Vitra, em São Paulo. Com texto crítico da pesquisadora Ariana Nuala, a mostra reúne esculturas, desenhos e colagens que observam os limites entre corpo e materialidade. A abertura acontece em plena semana da SP-Arte Rotas, um dos momentos mais pulsantes do calendário das artes na capital paulista.

O ferro é o eixo central da pesquisa de Vitra – elemento vital presente no corpo humano, responsável por transportar oxigênio via hemoglobina, e também nas estrelas, que o geram até seu colapso em supernovas ou buracos negros. Em suas mãos, o ferro deixa de ser apenas matéria-prima: torna-se elo entre vida, natureza, ciência e cosmos.

Ao mesmo tempo, o material carrega o peso histórico de Minas Gerais, terra natal da artista, onde a mineração, desde o período colonial, estrutura economias e territórios por meio da extração e da violência. Ao incorporá-lo em suas obras, Vitra tensiona essa herança, deslocando o minério de mercadoria e resíduo, para corpo vivo e relacional, carregado de memórias, histórias e forças que resistem ao esgotamento.

Dentre as obras, destaca-se conceitualmente a investigação da artista entre o bico do pássaro e o centro magnético da terra. Alguns pássaros possuem magnetita em seu bico, e essa pedra é inteiramente composta de ferro, e quando em movimento migratório, é a relação entre o ferro presente do bico dos pássaros e o ferro que cria o campo magnético terrestre em seu núcleo, que orienta a direção do voo. Então o ferro aqui se torna bússola, mas também se desdobra em afetividade, pois a partir desse fenômeno físico a artista fabula que todo movimento migratório do pássaro vai na direção do seu desejo de beijar o núcleo da terra.

A exposição revisita trabalhos que marcaram sua trajetória, como Pulmão da mina (35ª Bienal de São Paulo, 2023) e Amulets (SculptureCenter, Nova York, 2025), onde a presença do pássaros, seja através das penas, dos pássaros de prata e cobre, ou dos rótulos das caixas de wagi, se afirmaram como existências importantes para pensar a relação com os metais.  Vitra traz um conceito da física quântica denominado Emaranhamento quântico, que diz respeito a presenças que estão intimamente interligadas, onde se torna impossível explicar a existência de uma, sem citar a outra, mesmo que estejam separadas a milhões de anos luz. Para Vitra, talvez seja esse tipo de relação que existe entre a vida do pássaro e a do metal.

Segundo Ariana Nuala, “a obra de Vitra não se limita a paralelos poético-científicos. Ela insiste em dar voz às forças não humanas, reconhecendo que a política não é monopólio do humano, mas também se joga nos regimes da matéria e da energia. Nesse horizonte, suas esculturas não podem ser lidas como representações, mas como ativações. Seus gestos escultóricos coreografam partículas, poeiras, respirações e gravidades. Os pássaros são condutores máximos: seus bicos carregam oralidades e vibrações”.

Cálculo para beijar o magma reafirma Luana Vitra como uma das vozes mais potentes da nova geração da arte brasileira – uma artista que transforma o mineral em movimento, o território em corpo e o invisível em presença.

Detalhes

Início:
30 agosto -10:00
Final:
30 outubro -19:00
Categoria de Evento:
Website:
https://www.mitregaleria.com/

Local

Mitre Galeria
R. da Consolação, 2761 – Jardins
São Paulo, SP Brazil
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