Vista da exposição – Crédito: Divulgação / Galeria Luisa Strina
A presente exposição de Caetano de Almeida na Galeria Luisa Strina parte de um catalisador mental comum: a experiência do artista em Roma, mais especificamente na Piazza dell’Orologio, onde se hospedou. Esse espaço, impregnado da memória de Francesco Borromini e Pietro da Cortona, funcionou como um campo de diálogo entre a tradição artística e arquitetônica do barroco italiano e as reflexões contemporâneas do artista. Em suas obras mais recentes, a cultura visual italiana não se apresenta como citação direta, mas como sugestão, como um campo de relações que desafia a ideia de representação.
A mostra reúne pinturas inéditas em que Caetano de Almeida se apropria de elementos da história da arte e da arquitetura para subverter suas convenções e expor a insuficiência dos sistemas geométricos e racionais na tentativa de organizar o mundo. Ao examinar o abstracionismo geométrico como fetiche, o artista tensiona as fronteiras entre estrutura e caos, razão e intuição, criando labirintos mentais e visuais que desestabilizam a percepção. Seu processo não é apenas uma investigação formal, mas uma crítica à promessa modernista de ordem e clareza.
O trânsito entre memória, história e experiência sensorial é central na obra de Caetano de Almeida. Seu trabalho não se encerra em afirmações, mas propõe deslocamentos, incita dúvidas e expande as possibilidades da pintura ao situá-la entre a solidez da tradição e a volatilidade do presente. A geometria, antes um instrumento de ordenação, se dissolve em um campo de incertezas, reafirmando a potência do inacabado, do instável e do transitório.
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