A exposição Breveterno: notas para uma lírica político-mística da estiagem reunirá múltiplas facetas da produção do artista baiano Juraci Dórea, triangulando sua obra junto a diversas figuras da paisagem cultural e intelectual do Sertão nordestino com quem o artista estabeleceu profundo diálogo. A vigorosa obra de Dórea estará acompanhada de trabalhos de seus principais interlocutores: Edwirges, Crispina dos Santos, Eurico Alves Boaventura, Elomar, Antonio Brasileiro, Roberval Pereyr, Washington Falcão, José Carlos Teixeira, Marcelo Rezende, Selma Soares de Oliveira, Alba Liberato, Dival Pitombo, Tuna Espinheira, Chico Liberato, Minelvino Francisco da Silva, Antônio Alves da Silva, Fernando Ramos, Rita Olivieri-Godet, Trazíbulo Henrique Pardo Casas, Frederico Morais, Jurivaldo Alves, Rubens Alves Pereira, Juarez Paraíso, Walmir Ayala, Olney São Paulo, Aécio Pamponet, Selma de Paula, Maria Eugenia Boaventura, George Lima, Edson Machado, Carlos Pitta, Jussandir, Hildegardo Cordeiro (Dedega), Caetano Dias e César Oliveira.
A exposição, com curadoria de Deyson Gilbert, terá abertura no dia 03 de outubro, das 17h às 21h, na Martins&Montero (Rua Jamaica 50, São Paulo).
Pintor, fotógrafo, desenhista, poeta, antropólogo, editor, artista gráfico, arquiteto, memorialista, professor, agitador cultural, escultor, historiador etc. Juraci Dórea (Feira de Santana, 1944) é o autor de uma vasta obra na qual convergem raízes e tradições sertanejas em consonância com as mais variadas linguagens visuais contemporâneas de cunho experimental. Desde sua cidade natal e ao longo de mais de 60 anos de trajetória artística, Dórea tem estabelecido a paisagem do sertão como fulcro central de sua produção, compreendendo seu horizonte sensível como palco metafórico singular para uma reflexão acerca das densas contradições que vieram a formar a complexa modernidade brasileira. No imbricamento radical entre cultura popular e vanguarda experimental, o artista parece dialeticamente responder àquelas contradições político-estéticas que tanto atormentaram e ainda atormentam certa porção teoricamente crítica do sistema das artes. Pendulando sempre entre os sertões das bandas daqui e os mares profundos daquelas bandas do lado de lá, Dórea cavuca e indaga em gestos que vão da carne ao solo, do solo ao sol: arte para quem? arte para quê? arte para onde?
Breveterno: notas para uma lírica político-mística da estiagem irá investigar essa trajetória absolutamente extraordinária no cenário artístico contemporâneo, traçando vetores para um possível mapeamento da vasta gama de questões filosófico-estético-políticas que permeiam o campo multifacetado de sua produção. Para tanto, serão apresentadas obras nos mais distintos suportes — fotografias, esculturas, publicações, peças gráficas, poesias, vídeos, registros, apropriações, projetos, gravuras, pinturas etc.
“Vê-se aí a afirmação da arte como uma forma de irradiação, como fazer cujo sentido se define menos pelo instante de sua produção do que pelo oferecimento de si como campo de adensamento tanto da memória quanto do afeto”, explica o curador Deyson Gilbert. “Daí a afirmação radical da efemeridade; o apego aos espaços e processos telúricos; o atravessamento de estilos, sistemas, suspiros e distâncias. Daí este olhar delicadamente obcecado pelos escombros e rastros sensíveis de uma historicidade político-mítica tão profundamente íntima quanto dramaticamente vasta e nacional.”
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