O Ateliê397, espaço independente de arte na Barra Funda, apresenta a exposição Bora Lá com curadoria de Caio Bonifácio, Érica Burini, João Henrique Andrade e Thais Rivitti. Os artistas que participam da mostra são Ana Dias Batista, Ana Raylander Martis dos Anjos, Cinthia Marcelle, Coletivo Tem Sentimento, Fabiana Faleiros, Gui Teixeira, Jamac, Jarbas Lopes, Joana Waldorf, Kássia Borges, Luciana Monteiro, Luiz83, Mauro Restiffe, Rafael Bqueer, Renato Dib, Ricardo Basbaum, Tiago Gualberto, Vitor Cesar e Yná Kabe Rodríguez.
O título da exposição, Bora Lá, é uma expressão coloquial que chama à participação. Artistas e curadores ligados ao Ateliê 397 se reúnem para pensar a arte e o meio artístico num momento de rearticulação do setor cultural. Para Thais Rivitti, uma das curadoras da exposição, “vivemos um período de reconstrução, após anos de desmanche. Fazer a exposição Bora Lá nesse momento significa rearticular redes, retomar projetos interrompidos, perceber novas demandas e pensar junto como dar conta delas”. Para ela, “é fundamental olhar para os trabalhos produzidos hoje e ver que tipo de questão eles levantam. Elas são múltiplas, é claro, mas giram em torno das lutas por reconhecimento, da abertura do sistema da arte para novos agentes, questionam a lógica de trânsito e de ocupação das cidades, pensam a arte como ofício e recusam a distinção entre alta e baixa cultura”.
Tomando como ponto de partida a atuação do Jardim Miriam Arte Clube, o JAMAC, que há 20 anos se estabeleceu como um polo de cultura na zona sul de São Paulo, a exposição tem como foco a relação da arte com a sociedade. Como afirma Érica Burini, uma das curadoras da mostra: “Olhamos para o JAMAC como uma experiência que reúne uma série de interesses para pensar um circuito artístico mais experimental e inclusivo. Lá, é valorizado o vínculo com o território, respeitando as histórias e os saberes das pessoas, ao mesmo tempo em que são compartilhadas ferramentas da arte úteis para uma leitura crítica do mundo.”
Durante a exposição, haverá ativações como visitas a outros espaços, oficinas, performances e debates pautados pelos artistas participantes e por temas que a curadoria sugere debater. “Nossa ideia é criar uma exposição viva, que promova experiências coletivas, para aprendermos uns com os outros”, afirma Caio Bonifácio, também curador. Ele enfatiza que a escolha de artistas buscou contemplar as diferentes linguagens e posições que ocupam dentro do sistema da arte. “Escolhemos alguns artistas mais em início de carreira e outros artistas mais experientes, justamente para perceber linhas de continuidade e tensões. Nos interessava muito ter na exposição produções coletivas e engajadas, ou voltadas ao coletivo, como em práticas de escuta”.
Junto às obras de arte, estarão à disposição do público entrevistas realizadas pela pesquisadora Karina Sérgio Gomes convidada pela curadoria para participar da exposição. Ela realizou uma série de conversas com artistas e curadores que moram fora do Brasil em que busca traçar um panorama de como os diversos sistemas de arte se articulam, suas estratégias, seus fluxos. Que políticas públicas funcionam? Como a cena independente se mantém? Qual o papel do mercado? Para o curador João Henrique Andrade, que também tem uma prática cotidiana de entrevistas com artistas e pessoas do meio da arte, “Essas conversas também são momentos de trocas importantes, nos quais podemos exercitar a escuta e aprender com a experiência do outro. Isso amplia nosso universo e pode nos convidar a pensar propostas e táticas ainda não formuladas no contexto brasileiro”.
As atividades que envolvem o projeto “Bora Lá” vêm acontecendo desde o início de julho na sede do Ateliê 397. Realizamos o NBall, evento de celebração do Dia Internacional das Pessoas Não-Binárias com roda de conversa e Kiki Ball, a performance Complô Travesti, de Sy Gomes e Ana Ester Pimentel, ambas jovens artistas cearenses, e o churrasco coletivo de encerramento da exposição Chiado.
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