A obra inquieta e prolífica do artista e gravador paulistano Ulysses Bôscolo está no centro da programação do Instituto Çarê em abril. No dia 13, o espaço abre a exposição As mais belas borboletas, que reúne 130 gravuras em metal de cinco séries da produção recente do artista.
Na abertura, será lançado o primeiro livro da coleção Risco Imanente, que explora a presença e as especificidades da linguagem do desenho na obra de Bôscolo. Exposição e livro têm concepção do Çarê e curadoria do artista e professor Claudio Mubarac.
Incansavelmente experimental, a obra de Ulysses Bôscolo envolve gravura em metal, xilogravura, litografia, pintura, monotipia, colagem, desenho, objeto, livro de artista e fotografia, linguagens nas quais o artista interfere, frequentemente recorrendo a materiais encontrados na rua, em antiquários, sebos e feiras, fragmentos da história de São Paulo. Em As mais belas borboletas, ele mostra séries de gravuras em metal que envolvem retratos, formas e elementos que remetem à flora e à fauna, e comentários gravados sobre páginas de livros. Um livro de artista, composto por colagens, complementa o conjunto.
A exposição será pontuada pela oficina Prática e conversa sobre Desenho, em que Bôscolo e Mubarac conduzem reflexões em torno dos trabalhos apresentados, e orientam sessões de trabalho com os participantes.
Parte das séries mostradas na exposição estão reproduzidas no livro que inaugura a coleção Risco Imanente, dedicada à linguagem do desenho como fim, às suas possibilidades e às muitas formas como ela emerge na prática de artistas brasileiros. “Todo desenho é uma representação plena de formas, entendendo-as de modo literal, ou seja, naquilo em que correspondem à ação de produzir marcas numa superfície que as singulariza, que as desperta para todos nós, seus videntes”, escreve Claudio Mubarac no ensaio Uma educação pelo traço. Ao ensaio e à obra de Bôscolo, o livro soma um glossário em que o organizador introduz o vocabulário da gravura e do artista.
Pensada na forma de pequenos volumes monográficos, de valor acessível a públicos mais diversos do que os livros de arte costumam contemplar, a coleção Risco Imanente equilibra fruição e reflexão para aprofundar a experiência da singularidade de cada prática e da potência do desenho. A escolha dos artistas reafirma a missão do Çarê, ampliando o acesso a produções brasileiras relevantes mas que muitas vezes escapam ao radar do mercado.
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