A primeira exposição de Paulo Bruscky no Instituto de Arte Contemporânea – IAC, com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, celebra a chegada de parte do acervo do artista à instituição e foi concebida a partir de pesquisas em seu infindável arquivo pessoal, essa espécie de “Biblioteca de Babel” borgeana no Recife onde convivem e conversam cartas, obras, poemas, ideias do próprio Bruscky e de um número incalculável de outros artistas, de maneira análoga ao que acontece, de certa forma, no próprio IAC. Como qualquer arquivo de grandes dimensões, o de Bruscky é labiríntico e potencialmente infinito, porque cada uma das suas partes aponta simultaneamente para inúmeras outras, tornando impossível a tarefa de abarcá-lo. E como qualquer labirinto, portanto, só pode ser explorado segurando na mão um fio que permita encontrar o caminho de volta. O eixo escolhido, em diálogo com o próprio artista, foi o da colaboração, apoio e afinidade do artista com colegas ao redor do mundo que enfrentavam, como ele, as ameaças e os perigos de regimes opressores. Considerando o engajamento de décadas de Bruscky nas lutas e na resistência política, é particularmente instigante que esta seja a primeira mostra individual do artista a adotar esse recorte como mote de leitura na sua produção e no seu arquivo, colocando finalmente seu trabalho no lugar que lhe pertence também a partir desse ponto de vista específico. “Alguns trabalhos são mais diretos e literais, outros apenas alusivos; alguns buscam na poesia e na leveza um antídoto às violências e às dificuldades do dia a dia, outros cruzam os limites indefiníveis do âmbito da arte para convocar apoio para uma luta inadiável. O conjunto aqui exposto é, evidentemente, apenas metonímico, é uma parte que fala de um todo muito maior, muito mais rico, multiforme, magmático. Um todo que, de certa forma, é o mundo.” Comenta o curador.
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