O auroras apresenta a primeira exposição no Brasil de Renée Green (Cleveland, EUA, 1959), renomada artista, cineasta e escritora. A exposição apresenta a prática internacional de Green, que abrange quatro décadas de trabalho e emprega uma gama de suportes —pintura, esculturas, instalações, filme, vídeo, obras sonoras, Space Poems, arranjos arquitetônicos, entre outros— refletindo os efeitos de uma esfera transcultural em transformação e o que agora pode ser feito e pensado.
Após uma estadia no auroras no início de 2024, Green selecionou cuidadosamente para esta exposição três conjuntos de obras de diferentes décadas que ressoam com a arquitetura modernista do local, bem como a relação poética, histórica e pessoal contínua da artista com o Brasil.
Ao entrar no espaço, uma sala de projeção dá o tom da exposição com um curta-metragem. Uma meditação poética sobre a distância, Come Closer [Aproxime-se] (2008) é um filme curto e itinerante, lançando uma rede afetiva entre os locais de Lisboa, São Francisco e Brasil. Por meio de sua narração em português, o filme reformula o relacionamento contínuo de Green com o mundo lusófono como um lembrete visceral da complexidade das relações entrelaçadas e de como a história reside no presente.
No hall de entrada, Relações: Megahertz, Megastar, Brother, Brasil (2009) apresenta um conjunto de banners suspensos que traçam os fluxos da diáspora africana entre os Estados Unidos e a música e a cultura popular brasileira. Um elemento escultórico mostra um pequeno video em um iPod, considerando distâncias mediadas: a partir da voz e de imagens acessadas via revistas e transmissões de rádio, a artista tenta “se aproximar” de seu irmão Derrick Green, vocalista da banda brasileira Sepultura.
Instalada na biblioteca, Commemorative Toile (Brasil) (2024) é uma mise-en-scène sedutora criada por móveis estofados com Commemorative Toile (1992-1993) de Green, um padrão têxtil do século 18 reconfigurado pela artista como tecido e papel de parede para revelar histórias complexas da Europa, África e Américas. Acima desta instalação, um Space Poem inédito, criado para a mostra, flutua a partir do corrimão da biblioteca.
Obras sonoras, um filme, um Space Poem e uma série de obras em papel ocupam a entrada, os quartos superiores e o espaço principal do auroras. No epicentro dessas obras está o filme Begin Again, Begin Again [Comece de Novo, Comece de Novo] (2015), uma reflexão sobre viver e morrer durante o intervalo de 128 anos entre 1887 e 2015. No filme, o trabalho do arquiteto austríaco-americano R.M. Schindler (1887–1953) é invocado através de seu manifesto de 1912, Modern Architecture: A Program [Arquitetura Moderna: Um Programa].
No entanto, as afirmações numeradas do filme são interrompidas pelas divagações de outra consciência sobre a estranheza da sobrevivência, enquanto no jardim do auroras uma voz oculta sussurra uma ladainha de jardins desaparecidos…
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