Entre as principais características de suas criações, Antonio Bokel apresenta obras trabalhadas no cruzamento da arte e da vida urbana, da qual traz suas referências e cria seu universo simbólico. Com uma capacidade de improvisação poética, ele trabalha os mais variados materiais e suportes, dispondo de obras em diferentes linguagens. Para Euclides ao Revés em alusão ao matemático grego considerado o pai da geometria, Euclides de Alexandria, uma vez que seu trabalho visa quebrar o caminho do pensamento lógico, Bokel abre sua primeira individual na Usina Luis Maluf. O artista visual, formado em design gráfico, exibe cerca de 30 obras entre telas e esculturas, sendo grande parte inéditas. Para essa mostra, o artista cria um diálogo entre esculturas e pinturas, em um jogo aparente entre equilíbrio e desconstrução. Um bom exemplo é uma escultura com grandes dimensões produzida com exclusividade para a exposição e que, segundo ele, “trata-se de um paralelo entre o ancestral e o industrial.” A obra consiste em dois monumentos verticais instalados um ao lado do outro e que prensam um vaso no alto. Aqui, Bokel refere-se à verticalização das cidades que oprime o que é ancestral em uma clara demonstração dessa ancestralidade resistindo à modernidade. Aliás, uma característica dos trabalhos de Bokel que faz uma crítica não velada à depredação do homem contra a natureza. “Mas há mais do que isso. Parte dos trabalhos recentes de Antonio Bokel, escolhidos para compor essa exposição, leva a pensar em como seu desejo de rigor e precisão alimenta-se do erro e do desvio calculado, termos diferentes entre si. O artista opera sistematicamente com o desvio, a falha e o desastre. À lógica insofismável da geometria, à segurança e previsibilidade que ela propõe, ele opõe sobressaltos e sombras”, finaliza Agnaldo Farias.
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