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“Anna Bella Geiger – Entre o relevo e o recorte” no Sesc Copacabana
14 junho - 10:00 - 8 setembro - 19:00
O Sesc Copacabana tem o prazer de anunciar a abertura da exposição Anna Bella Geiger – Entre o relevo e o recorte, que acontecerá de 14 de junho a 8 de setembro de 2024. A mostra inédita mergulha no universo multifacetado de Anna Bella Geiger, uma das mais influentes artistas brasileiras do século XX. Com uma abordagem inovadora, a mostra destaca os primeiros passos da artista no mundo das artes visuais, explorando sua jornada desde a juventude até o surgimento de sua assinatura artística reconhecida mundialmente. A individual é realizada pela Agência Dellas e produzida pela Atelier Produtora, e conta com a curadoria de Ana Hortides. A mostra foi contemplada pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar 2024.
Celebrando não apenas os 91 anos de vida da artista, mas também os seus 75 anos de contribuições nas artes visuais, a mostra apresentará 29 trabalhos fundamentais que datam da década de 1960, especificamente no período entre 1960 e 1966. Destacando-se a obraSem título, de 1961, vencedora do 1º Concurso Interamericano de Grabado, na Casa de las Americas, em Havana, Cuba, no ano de 1962. A mostra oferece uma visão privilegiada da evolução artística de Anna Bella Geiger. Reunindo uma coleção ímpar de obras, a exposição apresenta uma faceta da artista que muitos ainda não conhecem — uma jovem artista experimental. Embora tenha alcançado renome como gravurista e pioneira na videoarte brasileira, Geiger iniciou sua trajetória artística em uma fase abstrata, explorando o suporte da gravura de maneira não convencional.
Anna Bella Geiger – Entre o Relevo e o Recorte destaca especificamente a fase inicial da artista como gravurista, revelando a sua ousadia ao desafiar as convenções do meio. Um aspecto crucial da exposição é a exploração da técnica de recorte da chapa de metal da gravura, uma prática não usual na época, que sinalizava a direção de suas futuras experimentações. Com a subversão da técnica sempre presente, Anna Bella se utilizava da chapa de metal da gravura como suporte para experimentação, cortando-a, o que era inimaginável para a produção gráfica do período. A ousadia da sua poética pode ser percebida ao vislumbrarmos as suas obras com o passar do tempo. As formas gráficas começam a se soltar do retângulo da chapa de metal, ganhando novos contornos e promovendo novas discussões dentro do campo da própria arte.
“Anna Bella Geiger é uma artista plástica e professora carioca pioneira no campo da gravura e da videoarte brasileiras. A mostra é uma homenagem ao seu importante legado, revelando os seus primeiros trabalhos e experimentações em gravura, enquanto ainda uma jovem artista, parte pouco conhecida e explorada de sua obra. Na mostra, o público poderá ver trabalhos em desenho e gravuras que marcaram o início da sua carreira, muitos deles nunca antes expostos”, comenta Ana Hortides, curadora da exposição.
A partir da mostra, o público terá a oportunidade de conhecer e se aproximar não apenas da produção gráfica da artista, mas também do contexto histórico e das influências que moldaram sua trajetória singular. Desde seus estudos iniciais no ateliê de Fayga Ostrower, de quem a artista Lygia Pape também fora aluna no mesmo período, até sua experimentação pioneira de técnicas de gravura que desafiaram as convenções da época, a exposição destaca a ousadia e a inovação que caracterizaram a obra de Geiger desde o início de sua carreira. Dali, partiu para o ateliê de gravura do Museu de Arte Moderna (MAM), do Rio de Janeiro, onde pode dar continuidade ao seu processo artístico.
A abertura da exposição contará com uma visita guiada e conduzida pela própria artista e curadora. No dia 3 de setembro, será lançado o catálogo da individual, seguido por uma palestra que contará também com a participação de Anna Bella Geiger. A artista nos conta como começou a explorar os recortes em seu trabalho: “As questões desenvolvidas na minha obra eram denominadas no vocabulário internacional como abstração informal ou lírica, com certa identidade com os pintores da Escola de Nova Iorque e de Paris. Assim como as da Fayga, do Iberê Camargo, da Yolanda Mohalyi, entre outros. Em 1965 a minha própria concepção abstrata começa a se radicalizar assumindo recortes e relevos na composição. É o caso de duas gravuras sem título como as outras anteriores, mas onde recorto uma forma trapezóide na própria placa de latão, e o relevo surge impresso no papel branco, vazio.”