Com 42 obras desses artistas fundamentais na arte brasileira, a exposição tem como alguns pontos de partida o fascínio do crítico e curador britânico Guy Brett (1942-2021) pela produção artística brasileira, e seu importante papel em sua internacionalização. Guy Brett foi o responsável por exposições de Sergio Camargo, Lygia Clark e Mira Schendel na lendária galeria Signals (1964-1966), em Londres, de que era sócio junto com o amigo e artista filipino David Medalla (1942-2020), entre outros artistas e curadores, e depois, na galeria Whitechapel, na capital inglesa, pela primeira mostra internacional de Hélio Oiticica.
Guy Brett é celebrado também na publicação AngelswithGuns (Anjos com Armas), do historiador e filósofo Yve-Alain Bois, que publicou no ano passado (na revista October, do MIT) o ensaio sobre a produção de Guy Brett e sua profunda amizade com David Medalla. O livro, traduzido para o português, será lançado até dezembro pelas Edições Pinakotheke junto com o catálogo da exposição.
A curadoria de Anjos com armas é de Max Perlingeiro, que explica que a exposição é desdobramento da mostra Lygia Clark–100 anos, realizada em 2021-2022, pela Pinakotheke Cultural em suas sedes no Rio de Janeiro e em São Paulo.
São destaques da exposição o conjunto de Bichos, de Lygia Clark, em alumínio: Bicho ponta (1960), Bicho invertebrado (1960), Bicho caranguejo (1960), Bicho desfolhado [1960], Bicho-contrário II (1961); o Relevo espacial (c. 1959), em acrílica sobre madeira, de Hélio Oiticica; e o Relevo nº 172 (Fendituraspazioorizzontalelungo), de 1967, em madeira pintada, de Sergio Camargo. Outro destaque é o Diário de Londres (1966), de Mira Schendel, em que ela utiliza, “ao que parece, pela primeira vez, as letras decalcadas (letraset), e no desenho Bar Tangará (1964), testemunhamos o lado espirituoso e bem-humorado da artista que, posteriormente, iria reaparecer com força nos raros desenhos em tinta spray dos anos 1970, em tons vivos e brilhantes, e na colorida série dos Toquinhos, na qual brinca com a criação de uma linguagem particular em que as letras são associadas a cores”, escreveu Taisa Palhares, no catálogo da exposição O espaço infindável de Mira Schendel (2015), na Galeria Frente.
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