A convite do Pivô e celebrando os dez anos da instituição, os artistas Anderson Borba e Erika Verzutti realizam juntos uma série de obras inéditas. Como um desdobramento do encontro promovido em 2022 entre as artistas Juliana dos Santos e Sonia Gomes, neste ano, o Pivô convida os artistas Anderson Borba e Erika Verzutti para produzirem em conjunto. Borba já trabalhou com Verzutti em seu estúdio e a partir deste convívio diário, estabeleceram-se trocas intelectuais e afetivas transformadoras para ambos. Neste projeto, os artistas são convidados a produzirem juntos pela primeira vez, e o que resulta é a soma de dois processos de trabalho que se dão de maneiras muito distintas, e que agora chegam em uma forma comum – até então desconhecida – para ambos.
Anderson Borba, cuja maestria reside na escultura em madeira, manipula com destreza materiais como tinta acrílica, gesso, verniz, papelão e tecido, conferindo às suas criações uma textura corporal áspera e rachada, porém atraente ao olhar. Inspirado tanto pela tradição escultórica oficial quanto pela arte popular – e pelo saber fazer dos entalhadores autodidatas do interior do Brasil – , Borba evoca uma abstração antropomórfica que desafia a percepção tradicional de escultura.
Por outro lado, Erika Verzutti é uma artista que expande as fronteiras entre pintura e escultura, formando uma síntese vívida dessas linguagens. Empregando materiais diversos como papel machê, bronze, gesso, concreto, tinta acrílica, óleo e cera, Verzutti traz à vida formas que nascem de ovos, animais, frutas e vegetais, bem como de um intrincado processo de moldagem manual. Suas esculturas exibem superfícies frequentemente marcadas por rugosidades, riscos e recortes, carregando uma narrativa pessoal que dialoga entre a tangibilidade das formas reconhecíveis e a evocação de abstrações. A prática de Verzutti recria a escultura modernista e a construção vernacular, entrelaçando propriedades materiais com cargas simbólicas e desafiando a temporalidade por meio de uma linguagem tátil que incorpora elementos díspares sem estabelecer hierarquias.
O processo de colaboração entre os artistas não apenas desafia suas práticas individuais, mas também enriquece sua exploração da forma e do simbolismo. O respeito mútuo e a busca conjunta por novos horizontes artísticos são capturados em um documentário onde os artistas compartilham suas reflexões e interações,dirigido por Pedro Marques e Fernanda Brenner, diretora artística do Pivô.
As obras e o documentário serão apresentados no espaço de exposições no térreo do Pivô, onde o público terá a oportunidade de mergulhar na intersecção da poesia visual desses dois artistas. Ao possibilitar essa colaboração criativa entre dois indivíduos tão distintos, o Pivô mais uma vez demonstra seu compromisso com o intercâmbio artístico. Os trabalhos produzidos em conjunto serão vendidos e o valor arrecadado será revertido para a manutenção do programa da instituição, que viabiliza projetos e residências artísticas há dez anos, na região central da cidade de São Paulo.
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