A Casa Museu Ema Klabin realiza até o dia 23 de fevereiro de 2025, a exposição América pré-colombiana: corpo e território, que apresenta mais de 90 peças arqueológicas de diversas civilizações pré-colombianas que habitaram as Américas por mais de 15 séculos. Com curadoria de Daniela La Chioma e Emerson Nobre, a exposição reúne peças da Coleção Ema Klabin, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE-USP), da Coleção Ivani e Jorge Yunes e de coleções particulares.
A mostra apresenta peças datadas entre 1800 a.C e 1750 d.C, produzidas em cerâmica, metais, têxteis, pedra e concha. Muitos destes artefatos são expostos pela primeira vez. A exposição explora a diversidade cultural e as concepções sobre corporalidade dos povos originários por meio de três eixos narrativos: corpo, mito e natureza, e sonoridades.
A representação dos corpos nas peças era uma característica central na produção de várias culturas na América indígena. Além disso, as sonoridades desempenhavam um papel crucial na experiência corporal e mítica. As sociedades ameríndias criaram diversos instrumentos musicais utilizados tanto em rituais quanto como forma de comunicação a longa distância.
“A principal mensagem que queremos transmitir aos visitantes da exposição América pré-colombiana: corpo e território é que a América, antes da chegada dos europeus, era um continente extremamente diverso, com grande sofisticação cultural, ecológica e tecnológica. Os modos de vida destes povos antigos têm muito a nos ensinar sobre as relações em harmonia com a natureza e com a sustentabilidade”, afirma a curadora da exposição, Daniela La Chioma, doutora em arqueologia pelo MAE-USP.
Segundo Emerson Nobre, a exposição foi planejada levando em consideração a maneira como os povos indígenas das Américas entendem e vivenciam o corpo humano. “Desde a concepção desta exposição, percebemos que muitas das temáticas poderiam ser norteadas pela noção de corporalidade ameríndia, segundo a qual ‘o corpo é o lugar pelo qual as pessoas são socializadas’. Os povos que produziram esses objetos são os ancestrais dos povos que habitam o nosso continente hoje e as histórias desta mostra não dizem respeito apenas ao passado, mas também aos povos indígenas que há milhares de anos habitam este continente e vivenciam as suas corporalidades”, analisa o curador da exposição, que é mestre em arqueologia pelo MAE-USP e especialista em coleções arqueológicas da Amazônia.
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