ALFABETO DA RETA é um projeto expositivo que tem, como ponto de partida, uma pesquisa sobre a Geometria Descritiva desenvolvida por Gaspard Monge, final do século XVIII: um sistema de desenho projetivo que embasou o desenho técnico para efeito da produção industrial, provocando um impacto no desenvolvimento tecnológico na época da Revolução Industrial, por facilitar a visualização de objetos fabricados e sua sistematização.
Edith Derdyk especula sobre os métodos de representação de ‘operações gráficas maquínicas’, frutos da abstração mental calcada na observação do real, facilitando a reprodução massiva de objetos industriais e a produção dos artefatos e suas problematizações com o tempo da costura manual e artesanal estabelecendo uma conversa entre a atividade artesanal fabril e atividade industrial febril. A exposição também alude, por decorrência, ao uso das fontes de energia primária que sustentam os modos de produção industrial, refletindo sobre a intensa exploração dos recursos naturais. A presença do carvão – fóssil antigo e fonte de energia não renovável, o motor da produção industrial de nossa história civilizatória -, sinaliza a problemática das fontes de energia
naturais.
Com ensaio crítico de Sylvia Werneck, o projeto se desdobra em diversas frentes e linguagens: a instalação-site specific ALFABETO DA RETA; a série ÉPURA, conjunto de costuras realizadas industrialmente com intervenções manuais; um objeto escultórico, ROTA DE COLISÃO que alude ao uso do combustível fóssil (carvão); 1 livro de mesa acompanhado de 3 impressões (60X4 metros) chamado ROTAÇÃO, um livro de artista, LINHA DE TERRA, impresso em serigrafia com tiragem de 100 exemplares. A mostra segue em cartaz até 15 de setembro de 2024
ALFABETO DA RETA terá uma ativação da obra no final da mostra, pelo grupo na qual a artista faz parte – Bookscapes, junto ao vídeo artista Rodrigo Gontijo e o compositor Dudu Tsuda, contemplando 3 apresentações ao vivo interagindo com a obra em si, através de ações performativas envolvendo desenho e manipulação de imagens no modo live cinema – cinema ao vivo, dias 13 (às 17h) e 14 setembro de 2024 (às 11h e às 15h).
No decorrer da exposição haverá uma roda de conversa e uma visita guiada junto com a curadora Sylvia Werneck e o lançamento do livro “O corpo da Linha”, editada pela Relicário, no dia 17 de agosto de 2024 (sábado), das 11h às 15h. “Quando estava desenvolvendo as peças da série ÉPURA (conjunto de costuras realizadas industrialmente com intervenções manuais), percebi que a máquina não é tão objetiva assim: a mesma imagem é interpretada diferentemente em cada máquina, gerando resultados totalmente distintos”, afirma Edith sobre o processo criativo.
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