O Museu de Arte Contemporânea de Niterói apresenta a exposição Por Ser de Lá, individual do artista sergipano Alan Adi. A mostra é um apanhado da produção recente do artista visual, onde ele recorre às referências filiadas a seu lugar de origem que se aproximam com suas andanças por terras fluminenses. Entre pinturas e instalações, o ponto de partida é o gesto visto em uma capa de disco de forró, que ao ser pintado por Alan, faz a exposição ganhar corpo e virar um grande cenário para revelar um universo onde Sergipe e o Rio de Janeiro se encontram. Essa exposição foi contemplada no edital de Fomento da Secretaria Municipal das Culturas de Niterói e é apoiada pelo Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Alan Adi vive e trabalha no Rio de Janeiro e Sergipe. O trabalho de Alan Adi (Aracaju, 1986) passa por pesquisar comumente temas relacionados ao Nordeste, evidenciando a produção artística vinda da região ao mesmo tempo em que esta dá suporte para a construção de trabalhos que discutem questões relacionadas à formação da sociedade brasileira, a exemplo da migração, da economia, da história e da educação. Interações entre a herança social das imagens associadas ao Nordeste e o atual contexto de nação povoam boa parte de sua pesquisa recente que se atrela aos formatos usuais da poética visual nordestina brasileira. Em exposição na Galeria Superfície (SP) em 2019, Alan Adi ganhou texto da curadora da Pinacoteca Ana Maria Maia, que escreveu: “Regresso a Aracajú depois de alguns anos vivendo em São Paulo, Alan Adi encontrou na sua coleção de vinis as primeiras pistas para se posicionar sobre a construção desse imaginário histórico. […] Seja nas capas de discos de forró ou em outras peças de uma iconografia sobre o Nordeste e xs nordestinxs, importa saber se a pose foi montada por quem a performou ou encomendada por quem a observava e possivelmente idealiza. Sobre isso, não conseguimos saber ao certo em uma primeira leitura desprovida de maiores investigações. O que se sabe, e vale ressaltar, é o quanto que as imagens atravessam gerações situando o problema de uma ética das representações. Ou seja, os retratos são sempre resultado do encontro entre retratantes e retratadxs. Envolvem exercícios de poder, escuta e silenciamento, testemunho, versão, hipótese, mentira. Como num espelho distorcido, as identidades nascem de relações de alteridade. Os corpos nordestinos que Alan Adi investiga na sua obra, mas também nos trânsitos de vida, podem, de alguma forma, reencenar a dinâmica migratória e uma memória que acarretam disputas regionais e de classe, autoestima, admiração e preconceito com x outrx. As questões do passado perduram, um pouco mudadas, talvez mais sofisticadas, no presente; os comentários das obras ecoam na realidade do circuito da arte e na sociedade. Enquanto se proliferam as rotas e o destino prevalece sobre a origem, o nomadismo de outrora permite especular sobre sujeitos em resistência e busca. Não mais do lugar, mas no lugar. Aqui, hoje.”
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