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“Água Pantanal Fogo” no Museu do Amanhã

18 julho -10:00 até 25 novembro -18:00

Fotografia de Lalo de Almeida

A exposição faz parte da Ocupação Esquenta COP, que propõe novas formas de ver, sentir e agir diante da crise climática.
Curadoria Eder Chiodetto

O Pantanal é a maior planície inundável do mundo: cerca de 200 mil km2, que equivalem à soma dos territórios de Portugal, Holanda, Bélgica e Suíça. Um sistema regulado por grandes cheias anuais e naturais, próprias da região e influenciadas pelo regime de degelo dos Andes no verão. No ano de 2020, esse santuário de fauna, flora e pessoas, presenciou um paradoxo. A estupidez de uma certa fração da espécie humana, incentivada por monstros disfarçados de políticos, provocou a maior queimada criminosa da história do bioma. Em 2024, o cenário se repetiu.

O mesmo fogo que aquece e encanta, queima e destrói. A água que irriga é a mesma que afoga. Para o filósofo grego pré-Socrático Empédocles (495 a.C – 430 a.C.), o elemento sai do seu equilíbrio quando a força que domina é a do ódio e da raiva. Por outro lado, o elemento em equilíbrio é produto da força do amor. Na exposição “Água, Pantanal, Fogo”, Lalo de Almeida documenta o fogo do ódio, enquanto Luciano Candisani retrata a enchente de amor. As imagens denunciam e informam, dando forma e conteúdo aos números da ciência e às notícias dos jornais. Sobretudo, a arte da dupla emociona. O contraste entre a exuberância da vida e a violência do crime que leva à morte, entre a água e o fogo, entre o bem e o mal, entre o amor e o ódio, entre o encanto e o medo, nos leva à nossa raiz mais íntima. O resultado é maravilhamento com a beleza da natureza e indignação com a estupidez, o crime e a impunidade. Desse turbilhão emerge a esperança, aquela que Paulo Freire (1921-1997) dizia ser do verbo esperançar e que nos leva à ação, inspirada pelo encontro da arte com a ciência e com a emoção que vem do espírito.

Fabio Scarano, curador do Museu do Amanhã

Mudança climática: Água Pantanal Fogo

Águas que inundam, águas que vazam. Seca que chega, fogo que incendeia. A região do Pantanal tem a singularidade de ser regida, desde sempre, pelo equilíbrio do ciclo das águas, vital para a preservação da rica biodiversidade que pulsa em seus rios, corixos e lagoas, na cheia e na seca, no solo e no ar. O uso abusivo dos recursos do bioma, que produz um estado de desequilíbrio cada vez mais visível, pode, segundo especialistas, resultar na desertificação dessa região. 

A atitude do homem contemporâneo, que pouco faz para frear a escalada de desmatamento, emissão de gás carbônico e desvio de nascentes de água para a agropecuária não sustentável, está nos levando a um estado de ecocídio em todo o planeta.

Lalo de Almeida e Luciano Candisani, dois dos mais proeminentes e premiados fotodocumentaristas brasileiros, vêm dedicando parte de suas trajetórias profissionais a documentar o Pantanal como uma forma de dar visibilidade a essas pulsões de vida e de morte que surgem justapostas entre a época das cheias e a da seca.

Lalo fotografou o Pantanal durante os incêndios de 2020 e 2024, que calcinaram cerca de 26% da região e mataram em torno de 17 milhões de animais vertebrados. Suas imagens circularam pelo mundo e ajudaram a alertar a sociedade civil, a classe científica, o governo brasileiro e organismos internacionais sobre a gravidade do problema. Essas imagens, em parte aqui expostas, deram a ele o prestigiado prêmio World Press Photo.

Luciano documenta ecossistemas ao redor do mundo de forma sistemática. Na última década, passou parte de seu tempo submerso no Pantanal. Suas imagens, de rara excelência técnica, resultaram num acervo de suma importância para embasar pesquisas e mostrar ao mundo a urgência no combate aos crimes ambientais que acabam por gerar, também, as mudanças climáticas. Por esse trabalho, ele ganhou o prêmio Wildlife Photographer of the Year, em 2012.

Lalo de Almeida e Luciano Candisani são cronistas visuais que elegem temas sensíveis para investigar por longos períodos, em parceria com cientistas e pesquisadores. Para obter o resultado exposto nesta mostra, criam logísticas complexas e se expõem a vários tipos de perigo. 

É em trabalhos como esses, que aliam idealismo, paixão e militância, que a fotografia alcança seu ápice, tornando-se uma janela aberta a revelar as idiossincrasias e o sublime do mundo. 

Esta mostra busca gerar novas consciências não apenas sobre a situação do Pantanal, mas também acerca de nossas atitudes erráticas, que poluem o ar, os rios e os mares, causando danos por toda parte. Estamos diante de um exemplo crítico: a Baía de Guanabara recebe, além de resíduos industriais, dejetos do esgoto não tratado de quinze municípios, o que destrói a vida marinha e ameaça arruinar a beleza desse lugar esplêndido. 

Eder Chiodetto, curador da exposição

Detalhes

Início:
18 julho -10:00
Final:
25 novembro -18:00
Categoria de Evento:
Evento Tags:
Website:
https://museudoamanha.org.br/

Local

Museu do Amanhã
Praça Mauá, 1 - Centro
Rio de Janeiro, RJ Brasil
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