Abelardo Zaluar, “Curva Sinuosa”, 1986. Imagem / Divulgação
A Galeria de Arte Ipanema apresenta, a partir de 8 de setembro de 2025, a exposição inédita Abelardo Zaluar, dedicada a um dos nomes mais singulares da abstração geométrica brasileira. A mostra reúne, até 18 de outubro, 25 trabalhos em vinil sobre tela, produzidos entre as décadas de 1970 e 1980.
O texto crítico que acompanha a exposição é assinado pelo artista Gonçalo Ivo, ex-aluno de Zaluar, que recupera memórias de seu convívio com o mestre e ressalta a dimensão espiritual e humanista de sua obra: “Tenho para mim que, em sua passagem neste ínfimo mundo, Abelardo Zaluar (1924–1987) viveu e criou como um monge. Fez de seu ofício um sacerdócio. Humanista convicto, tal qual um Midas, transformou pigmentos, formas e espaços em um mundo de encantamento e transcendência espiritual”.
A obra de Zaluar
Nascido em Niterói, Abelardo Zaluar construiu uma trajetória marcada pela independência de filiações a grupos ou correntes, desenvolvendo uma linguagem própria que combina rigor geométrico e sensualidade barroca. Desde o início de sua carreira, nos anos 1940, transitou da figuração para a abstração, incorporando colagens, sobreposições de áreas de cor e experimentações com tridimensionalidade e trompe l’oeil.
Nos anos 1970, incorporou recortes, transparências e colagens de cartões e lâminas de acrílico, criando jogos sensoriais que ampliavam a dimensão pictórica de sua obra. Essa produção, frequentemente comparada por críticos como Mário Pedrosa e Frederico Morais a referências internacionais, como Ben Nicholson, permanece única no panorama brasileiro, ao mesmo tempo rigorosa e lúdica.
Trajetória e reconhecimento
Professor, pintor, desenhista e gravador, Zaluar participou de importantes coletivas e bienais entre as décadas de 1950 e 1980. Foi premiado no Salão Nacional de Arte Moderna (1963), recebeu destaque no Prêmio Leirner de Arte Contemporânea (1959), e realizou retrospectivas em instituições como o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e o Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR).
A singularidade de sua produção, à margem das classificações dominantes da crítica, fez de sua obra um território de liberdade criativa, hoje redescoberto como uma das contribuições mais originais da arte brasileira moderna.
A exposição é acompanhada de um catálogo organizado pela Galeria de Arte Ipanema, com textos críticos e reproduções das obras, oferecendo uma visão abrangente da produção de Zaluar e sua influência na arte brasileira.
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