Sean Kelly apresenta a sky filled with clouds and the smell of blood oranges, quarta exposição individual de Janaina Tschäpe na galeria. Esta mostra marca uma emocionante evolução na jornada artística de Tschäpe, destacando uma profunda exploração pessoal, com ênfase na escala e fluidez das marcas que caracterizam suas vigorosas abstrações. Coincidindo com a exposição, um novo monográfico sobre o trabalho de Tschäpe, com um ensaio erudito do renomado historiador da arte Joachim Pissarro, será publicado pela Hatje Cantz e Sean Kelly. A recepção de abertura ocorrerá na sexta-feira, 6 de setembro, das 18h às 20h, com a presença da artista.
O mais recente corpo de trabalho de Tschäpe revela seu fascínio pelo potencial emocional e poético da arte. Nesta exposição, ela explora a interação entre escala e intimidade, apresentando obras em óleo e bastão de óleo sobre tela, além de trabalhos em papel em diferentes dimensões, incluindo pinturas de múltiplos painéis. No díptico Lion colored hills (2024) e no tríptico Walking through fields (Passeando no tempo) (2024), cada pintura funciona tanto de forma independente quanto como parte de uma narrativa unificada. A expressão artística de Tschäpe entrelaça a vastidão sublime das paisagens alemãs com a essência vibrante da cultura brasileira, misturando conceitos filosóficos de Friedrich Schiller, a poesia inspiradora de Octavio Paz e a celebração da natureza promovida pelo geógrafo Alexander von Humboldt.
As obras de Tschäpe tornam-se espaços de intensa investigação emocional e intelectual—o espaço entre a paixão e a razão—onde o ato de pintar é tanto uma meditação quanto uma resistência às suas limitações. As pinturas desta exposição compõem um ambiente em que cada obra dialoga com a próxima, promovendo uma narrativa contínua e em evolução. Elas destacam o domínio de Tschäpe ao explorar a dinâmica fluida da pintura para retratar uma paisagem que é tanto interna quanto externa, espelhando as complexidades da emoção e percepção humanas. Como afirma Joachim Pissarro em seu ensaio, “as telas de Tschäpe servem como arenas onde o visível se mistura com o visceral, nos convidando a atravessar profundezas conceituais por meio de camadas de tinta e memória que insinuam sutilmente em vez de revelar explicitamente”. Suas pinturas transformam as experiências da natureza em movimentos abstratos, onde ar e luz tornam-se extensões de seus gestos. Cada peça, enraizada em memórias estratificadas da paisagem, revela novas conexões e energias ao longo da tela.
a sky filled with clouds and the smell of blood oranges destaca os diferentes tipos de marcas e mídias que Tschäpe incorporou ao longo de sua obra, abrangendo pinceladas ousadas e dinâmicas até traços delicados e de desenho, além de amplas e gestuais aplicações de óleo e bastão de óleo. A exposição também apresenta suas delicadas aquarelas e obras em pastel, criando um diálogo entre diferentes mídias e ampliando a interação entre suas obras. Inspirada pelas qualidades evocativas e oníricas das paisagens de August Strindberg, Tschäpe intitulou algumas das novas obras com nomes influenciados pelo dramaturgo e pintor sueco, como flowers by the shore (after Strindberg) (2024). A capacidade de Strindberg de evocar o etéreo e o místico em suas representações do mundo natural ressoa profundamente com a visão de Tschäpe. Misturando elementos de abstração lírica com temas extraídos da natureza, o uso de cor e forma de Tschäpe cria uma linguagem visual que é ao mesmo tempo profundamente pessoal e universalmente ressonante.
*Visitação apenas com agendamento.
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