Thomas Schönauer by Robert Comploj, “Glass Cultivator#11”, 2024. Crédito: João Cazza
A DAN Contemporânea apresenta, a partir de 27 de setembro, a primeira exposição individual do artista alemão Thomas Schönauer em seus espaços. Reconhecido internacionalmente por investigar os limites entre arte e tecnologia, Schönauer traz à galeria um conjunto de 15 obras — esculturas em aço inoxidável e vidro, além de pinturas de grande formato — em que contrastes como força e leveza, equilíbrio e tensão, luz e movimento se convertem em experiências visuais e sensoriais.
Peça central da mostra, A Nova Complexidade do Mundo condensa a pesquisa do artista em uma escultura vertical de dois metros de altura, construída em aço inoxidável e marcada por tensões internas que evocam instabilidade e conflito. “Trata-se de uma obra que concentra em si uma energia orgânica, quase celular, distinta das composições mais horizontais e expansivas do artista”, observa o curador Fábio Magalhães. “A incidência variável da luz sobre a superfície metálica torna-se parte constitutiva e poética da escultura, criando uma vibração contínua entre peso e leveza”, completa.
Nascido em Düsseldorf, Schönauer estudou Estudos Românicos e Filosofia na Heinrich-Heine-Universität e foi assistente de Friedrich Werthmann, um dos grandes nomes da escultura alemã do pós-guerra. Frequentou ainda o Manitoba Institute of Design, no Canadá, onde se aproximou de linguagens experimentais. Desde 1978, mantém vínculos com o Brasil, quando instalou um ateliê em Macacos (MG), experiência que aproximou sua pesquisa escultórica da geologia e da natureza densa da região. Hoje, divide sua trajetória entre Alemanha, Arábia Saudita — onde colabora com o arquiteto paisagista Andreas Kipar no parque Al Urubah, em Riad — e Brasil.
Ao longo dos anos, Schönauer desenvolveu superfícies angulosas e abobadadas capazes de modular diferentes intensidades de luz. Enquanto o aço polido cria reflexos e espelhamentos, o aço corten, com sua pátina avermelhada, absorve luminosidade e gera volumes compactos e dramáticos. Nessa lógica, suas esculturas operam como arquiteturas sensíveis, em que a técnica da indústria pesada é transfigurada em linguagem estética.
Mais recentemente, o artista dedicou-se à experimentação com o vidro, inspirado por peças da Antiguidade romana que conheceu no Museu Römisch-Germanisches, em Colônia. Para aprofundar essa pesquisa, estabeleceu parceria com o mestre soprador Robert Comploj, em Viena, com quem criou volumes soprados em moldes de madeira e internamente espelhados por processos químicos. A introdução do vidro confere à escultura uma dimensão inédita: um material ancestral, ao mesmo tempo frágil e vibrante, que abre novas possibilidades cromáticas.
Embora seja amplamente reconhecido por sua produção escultórica, Schönauer mantém ativa sua pesquisa em pintura. Em grandes discos metálicos em rotação, aplica camadas de tinta industrial, criando composições em que gesto e movimento centrífugo se equilibram entre acaso e controle. “A pintura de Thomas Schönauer se apresenta como contraponto à sua expressão escultórica, ou melhor, como pulsão antagônica”, explica Magalhães. “Enquanto suas esculturas buscam harmonia e equilíbrio por meio de sutis variações de luz e movimento, suas pinturas revelam forças incontidas, rupturas formais e contrastes cromáticos que constituem o cerne de sua linguagem.”
Com A Nova Complexidade do Mundo, Schönauer consolida sua parceria com a DAN Contemporânea, que o representa desde 2018. O artista já participou de coletivas da galeria, como As mais altas torres começam no solo (2022) e Linha, Cor e Movimento (2021), além de integrar projetos da DAN em feiras nacionais e internacionais de destaque, como SP-Arte, ArtRio e Art Basel Miami Beach.
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