Santídio Pereira, Sem título, 2025. Foto: Filipe Berndt
Céus e estrelas descrevem o cenário onde nasceu Santídio Pereira, no estado de Piauí, em que a escassez de luz artificial revelou universos reais e imaginários para a obra do artista. A céu aberto, nova exposição que ocupa a galeria Estação, a partir de 14 de agosto, traz dois conjuntos de obras que se diferenciam entre si, mas se conectam pelos modos de pensar fazer a arte. De um lado, xilogravuras alusivas a céus – que incluem noites estreladas, constelações, galáxias e o cosmos – apontam para a visão do infinito, enquanto, de outro, as criações em guaches e xilos se solidificam na esfera terrena, com figurações de bromélias assentadas no ambiente concreto.
A mostra, com curadoria de José Augusto Ribeiro, reúne trabalhos realizados no mesmo período, de janeiro a junho de 2025.
O retorno à terra natal impôs a Santídio Pereira um encantamento pela sua própria história, principalmente durante a observação do céu por horas e por dias consecutivos. Essa paixão pela sua cidade de origem o faz se apropriar vigorosamente dos elementos que compõem sua trajetória artística e de vida.
“A paixão dele pelo Piauí, estado onde nasceu, manifesta-se, em seus trabalhos recentes, por meio de céus e estrelas. Ultimamente, ele tem passado longas temporadas por lá, encantado com o céu da sua pequena cidade, Isaías Coelho, onde a quase ausência de luzes urbanas propicia aquela explosão estelar de que somos privados nos grandes centros urbanos”,
destaca Vilma Eid, ao apresentar a mostra A céu aberto. “Santídio sabe tudo sobre as estrelas: nomes, movimentos, composição, classificações (…) Agora, passou para as xilogravuras suas experiências estelares. São poemas colocados no papel!”.
De acordo com o artista, conforme relata o curador, a ideia para a realização das gravuras de céu surgiu na observação de pontos imprevistos, marcas produzidas por buracos abertos por cupim, pela impressão de matrizes com contornos cavados de folhas e florações de bromélias.
São imagens observadas que instigam a criatividade e norteiam as criações de Santídio Pereira desde 2021, seja por uma ou outra técnica.
Esta é a primeira vez que as xilogravuras remissivas a céus são exibidas e refletem uma trajetória de continuidade, ainda que com variações e desvios, mas em um percurso fluido por quase 10 anos.
A produção das gravuras celestes é guiada tanto pelas criações livres como pelas referenciadas em mapas astronômicos, fotografias e anotações feitas por meio de ferramentas tecnológicas guardadas no celular, que refletem a imagem observada do céu naquele determinado momento. São cenas que reproduzem regiões específicas da esfera celeste ou estudadas pelo artista, com adensamento de acontecimentos visuais, variedade de cores e tons escolhidos para a série temática, para observação próxima da obra. E cada xilogravura é autônoma e única, mas se evidencia quando o trabalho é exibido em conjunto.
Já as produções inspiradas no ambiente terreno – gravuras e guaches – com figurações de bromélias, mostram elementos individuais, no centro da tela, com no máximo duas cores, como a flutuar sobre a superfície da obra. São peças para observação à distância em que se evidenciam os contornos na superfície, linha e cor e formas e volumes.
© 2024 Artequeacontece Vendas, Divulgação e Eventos Artísticos Ltda.
CNPJ 29.793.747/0001-26 | I.E. 119.097.190.118 | C.C.M. 5.907.185-0
Desenvolvido por heyo.com.br