Home EditorialArtigos Estética sombria: 10 obras de arte para pensar o gênero terror

Estética sombria: 10 obras de arte para pensar o gênero terror

Quais obras de arte vêm a mente quando falamos de terror? Imagens do inferno, bruxas e rituais performáticos?

por Carolina Reis
6 minuto(s)

No Brasil, o Halloween não é feriado, mas é uma data esperada por fãs do terror e de cinema. Pensando nisso, escolhemos obras de arte que dialogam com aspectos dessa temática, como o gore, o ritualístico e criaturas.

Muitos desses artistas podem nos remeter a filmes de terror ou mesmo a outras obras de arte, já que o assunto foi amplamente explorado ao longo dos séculos. Por isso, essa seleção não se propõe a ser representativa, mas sim uma recomendação, estimulando que você pesquise mais sobre o tema. Vamos lá?

Munch
Edvard Munch, “O Grito”, 1893. Museu Nacional de Arte da Noruega.

Marina Abramović (Sérvia, 1976)

“Spirit Cookings”, 1996

O ritualístico é um tema comum na produção de Abramović, a ponto de confundir sua vida com a arte. Os “Spirit Cookings” [Culinária Espiritual] começaram como uma série de performances em 1996 e continuam até hoje, como espaço de experimentação da artista. Naquela época, Abramović lançou um livro intitulado Spirit Cooking with Essential Aphrodisiac Recipes [Culinária Espiritual com Receitas Afrodisíacas Essenciais].

Marina Abramovic, Still de “Sete Mortes”, 2021. Cortesia da artista e da Lisson Gallery.

Leonora Carrington (Reino Unido, 1917 – 2011)

“Adieu Ammenotep”, 1960

Ainda no tema da imagética dos rituais, a surrealista fez uma série de pinturas que refletem sua busca pela transcendência e pelo espiritual em um contexto marcado pelo esoterismo. Carrington, que se interessou pelo inconsciente e pelas tradições ocultistas, cria uma cena de despedida que evoca rituais de passagem e transformação egípcios, como o título “Adieu Ammenotep” [Adeus Amenotep] nos revela.

Carrington
Leonora Carrington, “Adieu Ammenotep”, 1960, via ElectroMundo.

Francisco Goya (Espanha, 1746 – 1828)

“Saturno devorando um filho”, 1819-1823

Realizada entre 1819 e 1823, parte das chamadas Pinturas Negras de Goya, “Saturno devorando um filho” foi pintada diretamente nas paredes de sua casa, traduzindo o medo, o horror e a violência do mito grego de Saturno.

Goya
Francisco de Goya, “Saturno devorando um filho”, 1819-1823. Museu do Prado.

Francis Bacon (Irlanda, 1909 – 1992)

“Estudo após o retrato do Papa Inocêncio X”, 1953

A desfiguração corporal é marcante no trabalho do pintor inglês, que altera corpos, inclusive em autorretratos, causando estranhamento. O artista explora o terror psicológico nessa distorção angustiante da imagem do Papa, baseada em um retrato anterior feito por Diego Velázquez.

Bacon
Francis Bacon “Estudo após o retrato do Papa Inocêncio X”, 1953. Des Moines Art Center.

Berlinde De Bruyckere (Bélgica, 1964)

“City of Refuge I”, 2023

Aliando silicone e objetos como cúpulas de vidro, Berlinde Bruyckere cria corpos que remetem ao real, mas se distorcem em figuras animalescas, fantásticas, subversivas. Essa combinação de antropomorfismo e ficção científica com acabamento hiper-realista é usada para construir corpos perturbadores.

Bruyckere
Berlinde De Bruyckere “City of Refuge I”, 2023, via Galleria Continua.

Patricia Piccinini (Serra Leoa, 1965)

“Bodyguard”, 2004

Permanecendo no terreno das criaturas híbridas, Piccinini, por sua vez, centra sua pesquisa no animalesco que remete à mutação genética, como se suas criações habitassem uma distopia científica do cinema noir. Seu processo envolve criação por meio de desenhos, que tomam forma pela impressão tridimensional. Depois, ela adiciona resina e pelos humanos para conferir o realismo de cada peça que, inserida em cenários aterrorizantes, passam a dividir espaço com os visitantes no espaço expositivo.

Piccinini
Patricia Piccinini “The Welcome Guest”, 2011

Anish Kapoor (Índia, 1954)

“Atirando no canto“, 2008-2009

Kapoor tem um trabalho visceral, em que predominam tons sanguíneos e inflamações sociais, cujas feridas estão expostas. A violência da obra “Atirando no canto” remete aos horrores da guerra, utilizando da ideia do fuzilamento para impactar com uma cena de destruição e terror.

Anish Kapoor, “Shooting into the Corner”, 2008–2009, cortesia do artista.

Jordan Wolfson (Estados Unidos, 1980)

“House with face”, 2017

Quantos filmes você consegue lembrar olhando para essa escultura feita de aço, madeira e tintas químicas? Casas-monstro, bruxas e horrores capturam o sentimento de encarar de frente essa careta vermelha vibrante. O artista apresentou a escultura na Gagosian de Basel, em 2023.

Wolfson
Jordan Wolfson, “House with face”, 2017, via Gagosian.

Luisa Callegari (Brasil, 1994)

“NECRO-ROMANCE”, 2023

Luisa Callegari já expôs na Galeria Reocupa, da Ocupação 9 de Julho, e apresentou sua performance “Cadafalso” na VERBO, festival da Galeria Vermelho, em 2021, sendo assim, os locais que escolhe ocupar são essenciais. Transitando entre o terror, o gore e o criminalista, seu conjunto de obras “Sangue” trata da violência, construindo narrativas visuais que agregam referências do pop e do cinema de terror.

Luisa Callegari “Necroromance”, da série “Sagrado Abjeto”. Fotografia de detalhe cortesia da artista.

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