Home Destaque no Aplicativo Estátua de escravocrata poderá ser transferida para museu

Estátua de escravocrata poderá ser transferida para museu

Proposta de transferir a estátua do colonialista Edward Colston, traficante de escravos, para museu inglês está em fase de aprovação em Bristol – o monumento foi derrubado durante um protesto anti-racista em 2020

por diretor

No ano de 2020, frente a comoção gerada pelo assassinato de George Floyd, uma estátua em homenagem a Edward Colston (1636-1721) foi derrubada por um grupo de manifestantes, que participavam de um ato anti-racista em Bristol, na Inglaterra. 

A réplica – cópia fiel da imagem do traficante de escravizados britânicos, que transportou em média 84 mil homens, mulheres e crianças da África Ocidental para as Américas – foi levada ao chão com o auxílio de uma corda. Já derrubada, alguns manifestantes ainda colocaram os joelhos sobre a estátua, fazendo referência à abordagem policial que assassinou George Floyd nos Estados Unidos. 

Quatro anos após o ato que derrubou a homenagem, uma proposta formal para transferir a estátua de Colston para um museu britânico está pronta para ser aprovada.

De acordo com informações divulgadas pela BBC News, a réplica do traficante está fora da vista pública desde janeiro de 2022, e já integrou uma exposição temporária nomeada “A Estátua de Colston: E agora?”, que foi veiculada ao museu M Shed, em 2021 e recebeu quase 100.00 visitantes.

Estátua de Edward Colston dos protestos Black Lives Matter
Estátua do escravocrata, Edward Colston, sendo jogada em rio na cidade de Bristol.

O prefeito de Bristol, Marvin Rees, é apoiador da medida que irá transferir a réplica de Colston. Sobre a pauta, ele diz: “Continuo apoiando a visão de que o melhor lugar para a estátua é em um museu, onde seu contexto e o que ela representa para muitas comunidades podem ser compartilhados adequadamente com audiências diversas.”

A proposta de transferência também prevê que o pedestal, classificado como Grau II (classificação britânica para construções de interesse arquitetônico especial), permanecerá na Colston Avenue e será acompanhado de uma nova placa descritiva.

A medida vem após uma pesquisa em toda a cidade conduzida pela Comissão de História We Are Bristol, que descobriu que 80% dos habitantes de Bristol concordaram que a estátua deveria ser colocada em um museu.

A estátua seria apresentada como parte da próxima exposição do M Shed centrada no tema do protesto, que será inaugurada no próximo mês. Espera-se que o comitê de controle de desenvolvimento do Conselho Municipal de Bristol vote para solicitar a retirada do monumento da lista em 21 de fevereiro, e finalmente transferi-la para o M Shed.

O debate acerca da remoção e transferência da estátua de Edward Colston é parte dos vários movimentos que se ergueram entre 2019 e 2020, pela retirada de imagens coloniais em escala global. Em uma entrevista ao jornal El País, a professora de ciências políticas da Universidade dos Andes, Sandra Borda, reflete acerca dos atos: “não é sobre apagar a História. A História é escrita em livros. Os monumentos, em geral, são feitos para homenagear os eventos dos quais um país se orgulha e sobre os quais quer refletir”.

No Brasil, em 2021, um grupo de ativistas movido pela vontade de revisionar o passado nacional, incinerou a estátua do bandeirante Borba-Gato, localizada na Av. Santo Amaro, na cidade de São Paulo. No último final de semana, o episódio foi revisitado pela escola de samba paulistana Vai-Vai, que homenageou a ação nos desfiles de Carnaval deste ano, como uma forma de repudiar a violência colonial que marcou a história do país.

Você também pode gostar

© 2024 Artequeacontece Vendas, Divulgação e Eventos Artísticos Ltda.
CNPJ 29.793.747/0001-26 | I.E. 119.097.190.118 | C.C.M. 5.907.185-0

Desenvolvido por heyo.com.br

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support