Em meio a preocupações globais crescentes em torno do coronavírus, a Art Dubai anunciou no dia 03/03 que adiaria as datas da edição 2020 da feira, substituindo p evento por um programa para os moradores de Dubai, nas mesmas datas em março. No dia seguinte, a Bienal de Arquitetura de Veneza revelou que também será forçada a adiar sua próxima edição para fim de agosto, prevista originalmente para começar no dia 23/05. No mês passado, a Art Basel Hong Kong foi cancelada com um mês e meio de antecedência em meio à pressão de expositores e pânico do público.
A pioneira feira de arte TEFAF Maastricht, que começou na Holanda no último sábado (07/03), teve uma visitação muito abaixo do esperado em sua inauguração, com cerca de 30% menos presença no primeiro dia em comparação com 2019. Hoje, os diretores do evento anunciaram seu fechamento antecipado, em um anúncio enviado agora pouco às galerias participantes. Na segunda feira, um dos expositores foi diagnosticado com o vírus, o que levou a TEFAFE a encerrar suas atividade hoje, e não no domingo, como previsto. “Também levamos em conta a crescente preocupação de expositores, visitantes e funcionários e as crescentes dificuldades em viagens e transportes”, dis o comunicado oficial da feira.
A Europa já começou a sentir profundamente os efeitos econômicos da epidemia, que não afeta apenas o mercado financeiro, o turismo e o comércio, mas também a área da cultura – e não só no bolso. A Itália é o país que mais tem sofrido com a crise do Covid-19: diversos espaços culturais de Milão estão fechados por determinação do governo, sem data para reabertura. Em Roma, o MAXXI se preparava para abrir uma mostra celebrando a primeira década de funcionamento do museu, o que agora está em suspenso. Escolas e universidades fecharão até 15 de março. E a expectativa não é das melhores, já que especialistas antecipam que a Alemanha, entre outros países, logo será afetada pela pandemia, o que se confirma com a notícia de que o Ministro da Cultura Francês foi também diagnosticado com o vírus.
Já se especula, por exemplo, se as feiras previstas para a primavera europeia serão mantidas, como a Art Brussels e a Art Cologne, ou mesmo a gigantesca Art Basel, na Suíça, que tem início no verão. O clima pessimista sentido nos eventos que não foram cancelados – mas que já percebem palpavelmente a queda vertiginosa da presença do público – tem contaminado as próximas agendas europeias e norte-americanas. A série de leilões de março em Nova York foi adiada para junho, e a feira do livro de Los Angeles foi cancelada. Muitos agente do meio estão receosos por causa da velocidade de disseminação do vírus, potencializada e agravada em viagens mais longas de avião e pela presença em locais de aglomeração.
No Brasil, a SP-Arte, a mais importante feira da América Latina, ainda mantém a realização do evento, acalmando os ânimos dos expositores.