Um dos maiores expoentes do modernismo brasileiro, o carioca Emiliano Di Cavalcanti ganha uma exposição individual no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, a partir desta quarta-feira, 2 de junho. A mostra, intitulada Di Cavalcanti: Muralista, tem curadoria de Ivo Mesquita e vai revisitar um ponto específico da trajetória do pintor da ilustre tela Samba: sua produção de murais e painéis.
São apresentados 23 trabalhos, que têm uma montagem em ordem cronológica no espaço expositivo, abarcando 50 anos de sua produção, divididos em dois núcleos: de 1925 a 1950 e de 1950 a 1976. Esses trabalhos mostram como o artista foi desenvolvendo a figuração, estratégias de composição e formas.
Dentre as temáticas das obras apresentadas, estão vários pontos pelos quais o artista que era entusiasta das questões populares é conhecido. “Sejam esses murais paisagens com mulheres, pescadores, operários, malandros ou candangos, em situação de festa ou trabalho, transmitem sempre certa leveza em levar a vida, a despeito da realidade social que evocam. É o artista inserido no coletivo, reconhecendo-se como parte dele. Di Cavalcanti foi um grande vocal da gente das ruas, dos mercadores e trabalhadores urbanos – incluindo as prostitutas –, de suas famílias, pequenas alegrias, afetos, tragédias e desejos”, explica o curador.