Um dos primeiros grandes eventos a ser atingido pela pandemia do COVID-19 foi a SP Arte. O lockdown começou duas semanas antes da feira, em março de 2020. Desde então, foram muitas tentativas de realizar o evento fisicamente e duas versões da feria online, uma em agosto de 2020 e outra em junho de 2021. Depois de muita espera, finalmente a SP Arte em reabriu versão híbrida – sendo a física na ARCA, espaço na Vila Leopoldina que abrigará a feira em formato mais enxuto pelos próximos anos no segundo semestre, enquanto a locação tradicional, o Pavilhão da Bienal, seguirá recebendo uma versão maior do evento. São 128 expositores, sendo 84 presenciais, distribuídos no galpão de 9 mil metros, e 44 exclusivamente no ambiente digital.
Entre muitos reencontros saudosos, vimos obras clássicas e de jovens potentes artistas que valem a visita. Alguns destaques que estão presentes também na 34° Bienal de SP: a Almeida e Dale chega na frente com um stand inteiro dedicado ao Lasar Segall , enquanto a Paulo Darzé Galeria vibra repleta de obras do Antônio Dias e Jaqueline Martins levou um belíssimo trabalho de Daniel de Paula. Já a C.Galeria apresenta um stand repleto de impactantes obras de Emerson Uyra. A Galeria Millan marca presença com duas pinturas divinas de Jaider Esbell.
A Bergamin & Gomide também se destaca com trabalhos dos mestres do minimalismo como Donald Judd, Lucio Fontana e Richard Serra. Para ver um pouco de arte internacional também vale passar na Paulo Kuczynski Escritório de Arte que apresenta, entre muitos trabalhos interessantes, esculturas do Dan Flavin, do Antony Gormley e do Jean Arp! Na Mendes Wood, vale conferir a escultura de Lynda Benglis – artista que passou a ser representada pela galeria recentemente – além de séries de Paulo Nazareth e Rosana Paulino.
As galerias uruguaias apostaram em clássicos: a SUR trouxe um impressionante painel de Di Cavalcanti, enquanto a Galería de las Misiones vende elas dos construtivistas Augusto Torres, filho de Joaquín Torres García, e José Gurvich. Entre as jovens, vale destacar a HOA que mostrou um espaço somente com artistas mulheres e a Portas Vilaseca Galeria que apostou no trabalho do jovem Gustavo Nazareno.
No Pavilhão ao lado da feira, é possível ver a seção de livros e a exposição Arte e tecnologia: uma revolução em curso, curada por Ana Carolina Ralston que conta com trabalhos inovadores e provocativos de Igi Ayedun, Eduardo Kac, Motta & Lima, Luiza Crosman e Neïl Beloufa. Entre as obras mais tecnológicas, é importante destacar, ainda, o NFT art feita por Luiz Braga para a Galeria Leme – ele fotografou 50 fachadas de construções na Amazônia. Quem comprar o código poderá levar uma delas para casa num pendrive! Para a versão online, a feira convidou os curadores Diane Lima, Pollyana Quintella, Ricardo Sardenberg, Catarina Duncan e Tiago Mesquita para fazer seus recortes. Vale mergulhar em cada universo criado por eles!