Daniela Avelar

O branco muitas vezes é sinônimo de silêncio, de vazio, de falta, de transparência, de lacuna, de cegueira e de esquecimento. No entanto, para Daniela Avelar, é a matéria prima…

por Julia
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O branco muitas vezes é sinônimo de silêncio, de vazio, de falta, de transparência, de lacuna, de cegueira e de esquecimento. No entanto, para Daniela Avelar, é a matéria prima profunda de parte essencial de sua pesquisa, informando a realização de trabalhos que vão do desenho à instalação, da escrita à performance. A escrita, aliás, é a formalização mais recorrente em sua produção, tomando corpo em estados dos mais variados, como livros, cartazes, pinturas e até adesivos que intervêm na paisagem.

A frase “O branco me corrompe”, do poeta Manoel de Barros, marca o papel em baixo relevo no trabalho “Possibilidades da abstração”. Já “Inventário do branco”, de 2016, é uma intervenção em paredes e janelas na qual a artista lista nomes inventados para tinta branca (em sua maioria tirados de catálogos de fabricantes comerciais). Há pouco ou nenhum contraste entre o fundo – uma parede pintada de branco – e as palavras que matizam em tons mais ou menos claros as diversas nomenclaturas levantadas pela artista.

A exploração do branco continua no livro “encontros possíveis”, que é também resultado da pesquisa de mestrado desenvolvida na Unicamp por Avelar. Partindo de uma coleção composta por trabalhos brancos (em branco, quase brancos ou em estado de apagamento) produzidos por outros artistas, a artista investiga as possibilidades da cor e da escrita em articulações poéticas, mas também materiais. Em 2019, por fim, Avelar realizou “Jantar branco”, performance em parceria criativa gastronômica com Luisa Macedo. A refeição foi inteiramente preparada apenas com ingredientes da cor branca, desafiando os sentidos envolvidos na apreciação da comida.

Daniela Avelar é doutora em Artes Visuais pela Udesc, Mestre em Artes Visuais pela Unicamp e graduada em Artes Plásticas pela Faculdade Santa Marcelina. Entre as exposições individuais e coletivas que participou destacam-se: “Como habitar o desenho”, Galeria Universidade Federal Fluminense (2018); O Mundo como Armazém, Museu de Arte de Santa Catarina (2018); “Pequeno flagrante”, Sesc Santana (2017); Lambe na Laje #6, Red Bull Station (2016); Souvenir, .Aurora (2016); Palavra + Imagem, Museu de Arte Murilo Mendes (2016); ITINERARIES – Artworks for the Global Drawing Project (2015); “A Página e o Livro de Artista”, Museu de Arte de Goiânia (2015); “Palavra + Imagem”, Museu de Arte Contemporânea de Campinas (2014).

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