A Frieze de Nova York, uma das feiras de arte contemporânea internacionais mais importantes para o mercado de arte, está se aproximando e, como já era esperado, a cena artsy da cidade está superaquecida. Como muitas novas exposições estão sendo inauguradas neste mês, o ARTEQUEACONTECE selecionou cinco que valem muito uma visita!
Andreas Gursky na Gagosian
Por meio da fotografia, o alemão Andreas Gursky inventa novos mundos a partir de elementos já existentes, construindo quadros baseados em suas minuciosas observações. Em grande formato e alta definição, ele apresenta cenas hiper-focadas sem primeiro plano ou plano de fundo.
Seus trabalhos dos anos 1990 trazem imagens de fábricas, bolsas de valores, aeroportos, campos de golfe, estradas e edifícios, frequentemente feitas de um ponto de vista aéreo que revelam padrões de multidões e infraestruturas.
O foco da exposição em cartaz na Gagosian são os trabalhos mais recentes, que mantêm a precisão da fotografia. Muitos são digitalmente manipulados e revelam uma sensibilidade aos danosos efeitos humanos no mundo natural.
As enormes fotografias de Gursky estarão em exibição até 18 de junho de 2022.
Carmen Herrera na Lisson Gallery
Carmen Herrera foi uma artista plástica nascida em Havana, em Cuba, e que viveu a maior parte da vida em Nova York, nos Estados Unidos. Os trabalhos coloridos e abstratos de Herrera lhe trouxeram enorme reconhecimento na cena da arte contemporânea e a Lisson Gallery inicia uma retrospectiva dividida em algumas partes da trajetória da artista, que morreu no início deste ano aos 106 anos.
Os anos 1970 marcaram um momento importante na evolução artística de Herrera, ela concluiu a aclamada série Branco e Verde, fez um retorno triunfante à escultura e inaugurou novas incursões em sua pintura. A mostra Carmen Herrera: Anos 1970 Parte 1 traz mais de 20 trabalhos que vão desde desenhos e pinturas a estruturas históricas com o objetivo de demonstrar a amplitude dos feitos de Herrera durante esta transformadora década.
A parte 1 desta mostra estará em exibição na Lisson Gallery até 11 de junho de 2022.
Raphael Montañez Ortiz no Museo del Barrio
Raphael Montañez Ortiz é um artista americano e fundador do El Museo del Barrio, em Nova York. Na primeira grande mostra dedicada ao artista desde 1988, o trabalho de Ortiz recebe uma retrospectiva de curadoria do diretor do Museu, Rodrigo Moura, e da curadora convidada Julieta González, que convidam o visitante a conhecer diferentes períodos de sua trajetória.
A exposição está dividida em quatro seções que exploram as contribuições do artista para a arte dos séculos XVII e XIX: Destruction, Archaeological Finds, Decolonization and Guerilla Tactics e Physio-Psycho-Alchemy.
A exposição Raphael Montañez Ortiz – A Contextual Retrospective estará em exibição até 11 de setembro.
Lawrence Weiner na Marian Goodman
A galeria Marian Goodman apresenta uma retrospectiva do trabalho do célebre artista norte-americano que morreu no fim do ano passado. Weiner foi um expoente da arte conceitual durante os anos 1960 e deixou um enorme legado para a história da arte contemporânea.
Weiner explorava as diferentes formas de linguagem que uma obra de arte envolve explorando, sobretudo, a linguagem escrita e a colocando em evidência na grande maioria de seus trabalhos, o que acabou por se tornar a essência de suas obras. Apresentando frases e fragmentos de texto em letras maiúsculas, frequentemente acompanhados por marcas gráficas e linhas, suas obras foram amplamente exibidas pelo mundo e interpretadas em várias línguas diferentes.
Na Maria Goodman, é possível visitar o trabalho de Weiner até 11 de junho de 2022.
Paulo Nazareth na Mendes Wood DM
A apresentação inaugural da Galeria Mendes Wood DM de Nova York é uma mostra individual do brasileiro Paulo Nazareth intitulada Nosotros los otros, que traz trabalhos de 2005 para o presente. Tomando como ponto de partida a obra PÉ VERMEI, um vídeo de filmado na cidade natal do artista, Governador Valadares, em Minas Gerais, quando o artista começa a documentar sua prática de andarilho. Seus pés, calçados por uma sandália, ficam vermelhos com a sujeira e a poeira em um gesto poético imbuído de conotação social e dialogando com o Brasil economicamente e racialmente estratificado.
Expandindo o tema, a série Notícias da América segue as viagens do artista pelo Sudeste da América Latina e Estados Unidos entre 2009 e 2011. Durante a jornada, Nazareth anda de chinelo com o único objetivo de não lavar seus pés descalços enquanto eles vão tocando o chão das Américas. Somente ao fim da jornada, ele lava seus pés no Rio Hudson.
Durante seu ano de andanças-performance, Nazareth documenta as nuances de cruzar fronteiras e conecta histórias transnacionais por meio de simples e precisos gestos colocando em pauta os problemas da imigracao, da globalização e do colonialismo.
A exposição em cartaz na Mendes Wood DM de Nova York vai até dia 10 de junho.