Claudio Bueno é artista, pesquisador e professor, e frequentemente seus trabalhos partem de tecnologias – digitais ou não – para questionar as relações entre corpos, entre espaços e entre sistemas inteiros. A pesquisa de Bueno reside em um campo intermediário entre ação, participação e espacialização, materializando-se com frequência em intervenções de longa duração e instalações que demandam a presença do público para acontecer. Tais assuntos também informam seu mestrado, intitulado Que Lugar é esste?, e seu doutorado, Campos de Invisibilidade, desenvolvidos no departamento de artes visuais da ECA-USP.
Em sua trajetória podemos identificar a presença reiterada de alguns procedimentos. Há trabalhos que demandam o desenvolvimento de software e hardware para replicar ou emular processos dos mais variados, práticas que empregamos diariamente, como o preenchimento de formulários online, testes de personalidade, provas ou mesmo jogos no computador. Já outros partem da criação de software e hardware que operam como mediadores das relações e interações, ou com nossos pares ou com nosso entorno. Nesse caso, os dispositivos são construídos de forma híbrida, associando componentes eletrônicos industriais e uma fatura artesanal, meio improvisada, na articulação das peças. Eventualmente, esses processos são abertos também ao público em oficinas e com a distribuição de manuais, expandindo a lógica do “faça você mesmo”.
Por fim, há projetos “não-digitais”, desenvolvidos em parceria com O Grupo Inteiro (formado por Carol Tonetti, Cláudio Bueno, Ligia Nobre e Vitor Cesar), como a instalação feita a partir das barras amarelas presentes na estrutura interna dos ônibus ou a instalação-mobiliário desenvolvida para a obra RESTAURO, de Jorge Menna Barreto, durante a 32a Bienal de São Paulo. Esses trabalhos evocam os trepa-trepas de parques, playgrounds, os veículos de transporte público e as noções de convivência em um espaço coletivo que pode ser ocupado e compartilhado.
Cláudio Bueno já participou de diversas exposições nacionais e internacionais, incluindo espaços como Paço das Artes, Luciana Brito Galeria, Galeria Millan, Itaú Cultural, Instituto Tomie Ohtake, MIS, FUNARTE, MARP, SESC (Brasil); La Chambre Blanche e Avatar (Canadá), Centro Multimedia (México); Hessel Museum of Art/CCS Bard (EUA); entre outros. Desde 2014 integra O Grupo Inteiro, com o qual se apresentou na mostra Playgrounds 2016, MASP/Sesc; em Campos de Preposições, 2016 (SESC SP), em parceria com a CSM – Central Saint Martins de Londres; e colaborou com a obra Restauro, 2016, do artista Jorge Menna Barreto, na 32a Bienal de Artes de São Paulo. Recebeu prêmios e apoios, como: Videobrasil em Contexto (Brasil e Reino Unido – parceria entre: Casa Tomada, Videobrasil e Delfina Foundation); Rede Nacional Funarte Artes Visuais; Menção Honrosa – Prix Ars Electronica (Austria); Prêmio Transitio_MX (México); Rumos Arte Cibernética – Itaú Cultural (Brasil); e Festival Arte.Mov (Brasil).