A artista Catia Goffinet tem uma trajetória curiosa, mas não inusual, já que muitos artistas trocam escritórios por ateliês ou vêm de formações distantes da área criativa. Catia graduou-se em administração e direito, mas sempre esteve próxima da arte, produzindo sem regularidade ou formalidades. Mas, em determinado momento, decidiu se dedicar mais intensamente à sua produção – estudou arte na Escola Panamericana e, desde 2015, vem ampliando sua produção.
Seus primeiros trabalhos são incursões na pintura, geometrias abstratas realizadas em tinta acrílica sobre tela, em médias e grandes dimensões, ou sobre papel, em uma escala mais tímida. De acordo com a artista, o interesse pelos padrões geométricos que se repetem ritimadamente criando vibrações e profundidades é uma tentativa de aproximar a racionalidade da matemática à sensibilidade da arte e de si mesma. “O desejo de encontrar na realidade externa um princípio geométrico é a busca pelo desejo de uma reorganização intima”, conta.
No entanto, em uma série mais recente, Catia mantém o suporte do tecido que remete à tela, mas interfere no material de forma distinta. Incursionando pela fotografia, juntou imagens que captou de pessoas em situação de rua, convivendo com pixos, concreto e abandono. Intitulado “Invisibilidade”, o conjunto de fotografias tratadas entre o negativo e o positivo, e posteriormente impressas em tecido, aborda o desgaste da vida urbana nas gigantescas metrópole, a indiferença e a inércia em relação ao processo de degradação da cidade e da população. As imagens são acompanhadas de textos poéticos escritos pela artista, frases curtas que operam como a voz dos personagens ou a reflexão do observador.
Catia Goffinet é formada em Artes Plásticas pela Escola Panamericana de Arte e Design. Participou de diversas exposições coletivas em galerias como Galeria Paulista de Arte (2015), Galeria de Arte São Paulo (2016) e Espaço Galeria de Arte (2016) e integrou a mostra “Formas e Cores” no Espaço Uruguay.