A Galeria Bergamin Gomide, por ocasião da mostra Bruno Munari, sempre una nuova cosa [Bruno Munari, sempre uma coisa nova], apresenta um notável grupo de obras do artista italiano considerado uma das figuras mais relevantes da arte do século XX. O título, derivado do famoso livro Da cosa nasce cosa [Da coisa nasce coisa], sugere a dimensão de sua obra e da pesquisa que desenvolveu desde o início da década de 20 do século XX até o término da sua carreira, mais de 70 anos depois, em 1998.
Munari produziu, durante sua longa carreira, uma ideia verdadeira e própria de realidade alternativa, pertencendo ao pequeno grupo de figuras essenciais da arte do século passado. Foi um importante artista, designer e pedagogo, dialogando constantemente com diversas técnicas e linguagens artísticas. Munari é uma das raras figuras que conhecemos na história da produção artística recente que se pode definir como “leonardesca”. Extremamente irônico consigo mesmo, sempre se preservou do sentimento de pertencimento a qualquer grupo ou movimento artístico: Tive muito sucesso, apesar da indiferença geral em relação a mim, dizia de si mesmo.
Serão apresentadas na exposição obras como a série “Negativo Positivo” (1950-1995), compostas por formas geométricas de cores vibrantes, onde o artista explora os princípios da Gestalt. Esta série foi o ponto de partida para trabalhos tridimensionais, esculturas cinéticas e fixas, como a série “Scultura da Viaggio” Esculturas para Viagens. Criadas para aqueles que viajam com frequência – já que podem ser dobradas -, elas são feitas de materiais comuns, como madeira, fita, plástico, barbante e papelão cortado, e demonstram o interesse contínuo de Munari na ressignificação do objeto de arte. Munari também incorpora o metal nas esculturas, como na série “Macchina inutile sincron” Máquina sincrônica inútil.
Bruno Munari: sempre uma coisa nova
Abertura: 7/3/2020, 10h
Visitação: até 18/04/2020; segunda a sexta, 10h-19h; sábado, 10h-15h.
Bergamin & Gomide: R. Oscar Freire, 379, São Paulo. Entrada gratuita.