Bienal de Arte Contemporáneo SACO 1.0

Após nove edições do festival internacional SACO, este se transforma na Bienal de Arte Contemporáneo SACO 1.0

por Paula
3 minuto(s)
Carolina Cherubini
El día seguiente del aluvión, 2021, de Carolina Cherubini

O que até então era um festival anual de arte contemporânea, a partir de 2021 se transforma em uma bienal internacional. Buscando um equilíbrio entre participações estrangeiras e artistas locais, a Bienal de Arte Contemporáneo SACO 1.0 acontece na região desértica da cidade de Antofagasta, na costa norte do Chile. Com um programa amplo e diverso, sua primeira edição contou com 14 exposições, cerca de 22 artistas de 14 países, residências artísticas, convocatória internacional, trabalhos comissionados e site specific.

Tendo como ponto de partida as próprias questões do território em que se situa, Antofagasta é uma cidade portuária e a capital regional de uma zona mineira no deserto de Atacama, no norte do Chile. Um local que em 1991 testemunhou um mar de lama proveniente do grande desabamento de terra da serra que circunda a cidade provocado pelas chuvas do fenômeno El Niño, o que levou a morte de famílias e a destruição de casas e ruas inteiras. Assim, a Bienal de Arte Contemporáneo SACO 1.0 parte da história da cidade para criação de seu programa expositivo.

Rita Doris Ubah
La inundación no tiene fronteras, 2021, de Rita Doris Ubah

Marcio Harum, um dos curadores da bienal, foi responsável pela seleção dos artistas presentes na exposição Aluvión, ao lado de Adriana Almada, Cristian Segura, Dagmara Wyskiel e Enrique Winter. Com proposições direcionadas para o píer marítimo histórico da cidade, Aluvión, que significa inundação de terras provocada por grande volume de águas, é fruto de uma convocatória internacional que selecionou sete projetos  realizados a céu aberto. Participam de Aluvión os artistas Aimée Joaristi, Carolina Cherubini, Julio Palacio, Marina Liesegang, Martina Mella, Miguel Sifuentes e Rita Doris Ubah, oriundos do Brasil, Chile, Cuba/Costa Rica, México, Nigéria e Venezuela/Espanha.

Como contextualiza Marcio Harum, “Antofagasta era o porto de exportação de salitre. Era uma região salitreira que depois se tornou mineira. Ao encontro das características principais que a pandemia nos apresenta, tem sido realizada uma exposição ao ar livre pensando naquela situação única do píer. São trabalhos site-specific orientados pelo tema central – Aluvión, por conta dos trinta anos da tragédia das chuvas torrenciais que se abateram sobre a cidade em 1991. Esta convocatória surgiu a partir de uma reflexão, de uma pausa, para pensarmos os efeitos da mudança climática em retrospecção. Agora temos clareza do que é o câmbio climático e seus decorrentes desastres naturais, mas há três décadas atrás não havia sequer uma possível compreensão sobre os fatos”.

Martina Mella
Media-aguas, 2021, de Martina Mella

Além da exposição coletiva Aluvión, vale destacar as individuais do artista de Antofagasta Belleza Digna de Angelo Alvarez, La linea del destino do colombiano Oscar Muñoz e El lenguaje de las piedras do chileno Sebastián Riffo. Cabe enfatizar que a primeira edição da Bienal de Arte Contemporáneo SACO é marcada por utilizar espaços expositivos que normalmente têm outras finalidades, a fim de se aproximar da comunidade e redefinir de forma subjetiva o cotidiano da cidade.

Alexandre Christiaens
The sea is the mountain, 2021, de Alexandre Christiaens

Bienal de Arte Contemporáneo SACO 1.0

Local: Antofagasta, norte do Chile

Data: Até 15 de dezembro

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