A obra de Beatriz González (Bucaramanga, 1938), considerada uma das figuras mais influentes da cena artística colombiana, ocupa um lugar único dentro da história da arte latino-americana, não apenas como pioneira da pop art, mas também como uma incisiva e lúcida cônica da história recente de seu país. Partindo da citação anônima “a arte conta o que a história não pode contar”, a obra de González se articula em torno da questão da memória – não como nostalgia, mas ao contrário, como ligação intrínseca ao presente.
A mostra, co-organizada em parceria com o CAPC musée d’art contemporain, Bordeaux, e o KW Institute for Contemporary Art, Berlim, apresenta uma seleção de cerca de 150 obras, abarcando quase 60 anos de produção. Inspirada nos veículos de comunicação de massa, as narrativas populares e a pintura formal são colocadas em diálogo; fotografias reproduzidas na imprensa são apropriadas e reinterpretadas por meio do desenho, da pintura, da gravura e da escultura. Em sua longa carreira, González desenvolveu também um importante trabalho curatorial, pedagógico e teórico. Por meio de projetos expositivos e de pesquisas que realizou, exerceu uma notável influência sobre diversos artistas, críticos e curadores colombianos. A artista sempre defendeu a necessidade de conceber museus e exposições como espaços de transmissão de conhecimento (e não como meros lugares de exibição), e de ver o público como um interlocutor ativo com quem devemos estabelecer um diálogo mais direto e aberto.
Beatriz González
Curadoria: María Inés Rodríguez
Visitação: 22/03 a 02/09; aberto todos os dias, 10-22h
Museo Reina Sofia: Palacio de Velázquez, Parque del Retiro, s/n, Madri. Entrada gratuita