Nas últimas semanas, o mercado da arte entrou em alvoroço no Brasil após o anúncio de leilão da obra A Caipirinha, de Tarsila do Amaral, que foi a leilão nesta quinta-feira (17/12) por um valor mínimo recorde: R$ 47 milhões. O lance que arrematou a obra foi de um comprador brasileiro e bateu também o recorde de venda pública no Brasil: 57,5 milhões de reais.
O recorde de compra de uma obra brasileira no mundo também é de Tarsila. A tela A Lua foi comprada pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), em 2019, por um valor de 20 milhões de dólares (na época, quase 75 milhões de reais).
As casas de leilão pelo mundo tiveram que adaptar suas plataformas virtuais para pode alcançar seus clientes. As mais renomadas, como Sotheby’s e Christie’s, já tinham uma certa estrutura para isso, mas também passaram por mudanças para converter-se em algo totalmente digital, tendo como maior desafio a busca de uma forma eficaz de manter um tom acolhedor e próximo dos interessados mesmo com a distância total imposta.
Em paralelo a esperado recorde de venda no Brasil – e já recorde de valor mínimo -, o mundo também teve obras vendidas a valores bem altos em 2020, especialmente nas casas de leilão. Além desse recorde brasileiro, separamos as quatro obras de preços mais elevados, por casa, pelo mundo.
Ten Views of Lingbi Rock, de Wu Bin
A casa chinesa Poly Auction, de Beijing, vendeu a obra Ten Views of Lingbi Rock, de Wu Bin, por um valor final que ficou entre 73,4 milhões e 78,4 milhões de dólares! O comprador foi um colecionador americano, que acabou batendo o recorde como pintura chinesa mais cara vendida em um leilão! Em um ranking geral, a obra está em segundo lugar como a mais cara em 2020 no mundo!
Roy Lichtenstein, Nude with Joyous Painting
Em uma sessão realizada no mês de julho, a Christie’s vendeu a um comprador a radicado em Hong Kong esta obra tão importante da pop art! A obra estava avaliada inicialmente em 30 milhões de dólares e acabou sendo vendido por 46,2 milhões de dólares, depois de uma boa briga de lances entre o asiático e um outro interessado de Nova York.
Francis Bacon, Triptych Inspired by the Oresteia of Aeschylus
Realizado em Londres em junho, um leilão da Sotheby’s vendeu uma obra considerada uma “obra-prima” de Francis Bacon! O tríptico de larga escala foi vendido para um comprador de origem asiática por 84,6 milhões. O comprador deu o lance virtualmente! Feito no ano de 1981, este é um dos 28 trípticos de grande formato que Bacon criou entre 1962 e 1991, e apenas o sexto exemplar a aparecer em leilão. Foi a obra mais cara vendida em um leilão neste ano!
David Hockney, Nichols Canyon
A Philips em Nova York leiloou agora no início de dezembro a obra Nichols Canyon, de David Hockney. A obra tinha previsão de ser vendida por 35 milhões de dólares, mas chegou a 41 milhões, sendo este um recorde para uma tela de paisagem do artista, que em 2018 teve um quadro seu vendido por 90,3 milhões de dólares!
Leilão de experiência
Por 98 mil dólares, uma pessoa não identificada adquiriu em leilão feito pelo Louvre o direito de acompanhar anualmente a inspeção de uma das obras mais famosas da História da Arte mundial. Nada mais, nada menos do que a Monalisa, de Leonardo Da Vinci, podendo ficar muito pertinho da obra!
Entre 1 e 15 de dezembro, a Christie’s e o Louvre levaram um conjunto de experiências únicas para serem arrematadas a partir de um leilão virtual no site da casa, o “Bid For The Louvre“! O dinheiro será revertido para beneficiar programas sociais e educativos do museu, e também o Studio, um novo espaço que será dedicado à educação que será inaugurado em 2021. Entre as outras experiências à venda estiveram um tour privativo com o CEO da instituição, Jean-Luc Martinez, e um passeio pelos telhados do museu com o artista JR!