Art Basel abre feira online com obras criadas após a Segunda Guerra Mundial

Galerias brasileiras oferecem obras que vão desde o conceitualismo neo-geométrico até o período mais vibrante da nossa História da Arte,

por Beta Germano
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Anna Maria Maiolino
Anna Maria Maiolino

Não há crise social, econômica ou de saúde que segure galeristas e colecionadores. No início da pandemia do Covid-19, muitos questionaram a necessidade de tantas feiras pelo mundo – em 2019 foram contabilizadas mais de 300 feiras espalhadas pelo mundo!  Os colecionadores não conseguem acompanhar o calendário e já não acham mais graça em tanto jet lag; a própria montagem dos eventos não é nada ecológica; e, os artistas entram num looping de produção sem tempo de reflexão sobre o próprio trabalho e acabam entregando (fatalmente) peças de menor qualidade. 

Sete meses depois dessas discussões: tudo mudou e nada mudou. De fato, muitas feiras físicas tendem a desaparecer ( depois do sucesso da Art Rio, não sabemos ainda se essa profecia de fato se concretizará!), mas as feiras  on-line que nasceram nos últimos meses provam que elas podem ser tão lucrativas quanto as presenciais. E o que é mais assustador: tendem a ser mais numerosas!  

Prova disso está na própria Art Basel que se desdobrou em novas feiras, além das tradicionais. Em Março, eles saíram na frente fazendo a primeira versão online das grandes feiras internacionais e lançou o viewing room da Art Basel Hong Kong. Em junho, anunciaram a versão digital da Art Basel da Basileia, conectados com temas do momento como a intensificação do movimento #BlackLivesMatter. Em setembro, fizeram uma edição temática  com obras feitas somente em 2020. 

Frans Krajcberg
Frans Krajcberg

Agora, entre os dias 28 e 31 de outubro, galerias do mundo inteiro apresentam trabalhos em mais uma edição: a OVR:20c conta com mais de 600 obras apresentadas por 100 galerias, a maioria foi criada após a Segunda Guerra Mundial. A participação brasileira nesta edição é significativa. Luisa Strina apostou no na ideia de “conceitualismo neo-geométrico” , apresentando trabalhos de Anna Maria Maiolino, Fernanda Gomes, Lygia Pape, Mira Schendel e Cildo Meireles. “O Neo-geo surgiu no início dos anos 1980 na América do Norte para contextualizar a obra de um grupo de artistas que criticava a “geometrização da vida moderna”. Abordagem semelhante já ocorrera no Brasil na década de 1960, influenciada pelas ideias do pós-estruturalismo”, revela o texto divulgado pela galeria.

Todos os Cem, de Jac Leirner, de 1998
Todos os Cem, de Jac Leirner, de 1998
Francis Alys
Francis Alys

A Fortes D’Aloia Gabriel selecionou obras históricas dos anos 1990 de Leda Catunda, Jac Leirner, Beatriz Milhazes, Valeska Soares e Adriana Varejão, cujas presenças foram centrais para a “cena vibrante que floresceu no Brasil no final dos anos 1980 e 1990″.  A mostra digital ” Five Women Artists in Brazil in the 1990s” revela para o mundo o momento em que o país via o fim de sua ditadura militar e nascia uma geração quepoderia finalmente se envolver em um diálogo global. A Bergamin & Gomide, elaborou a mostra The mystery of living things explorando a ideia de natureza e de como ela impressiona o homem por  sua força, autossuficiência, beleza espontânea e todos os ensinamentos.  A galeria reuniu, portanto, obras de Oswaldo Goeldi; João Cosmo Felix (Nino); José Antônio da Silva, Rivane Neuenschwander, Nicolau Facchinetti, Marcel Giró, Amadeo Luciano Lorenzato, Frans Krajcberg, Francisco Brennand; Montez Magno;Mira Schendel, Amelia Toledo; José Resende; entre outros.

Arranjo de Três Formas Semelhantes Dentro de Um Círculo, de Geraldo de Barros, de 1953
Arranjo de Três Formas Semelhantes Dentro de Um Círculo, de Geraldo de Barros, de 1953
Antonio Dias
Antonio Dias
Heidi Bucher, na Mendes Wood DM
Heidi Bucher, na Mendes Wood DM
Amilcar de Castro, na Dan Galeria
Amilcar de Castro, na Dan Galeria

A galeria Nara Roesler criou um diálogo interessantíssimo entre obras criadas por Antonio Dias e da Karin Lambrecht, entre os anos 1980 e 1990. Já a galerista Luciana Brito elaborou a mostra Ruptura, selecionando obras de Waldemar Cordeiro e Geraldo de Barros. Enquanto a Dan Galeria optou por homenagear Amilcar de Castro, que completaria 100 anos em 2020; a Mendes Wood DM elabotou uma seleção de obras feitas em madeira e latex incluindo obras de nomes internacionais como Heidi Bucher e Kishio Suga ao lado de Sergio Camargo, Paulo Monteiro e Rubem Valentim. Confira abaixo alguns dos trabalhos mais interessantes!

Jorge Eielson, na Timothy Taylor
Jorge Eielson, na Timothy Taylor
Le Corbusier, na Galerie Zlotowski
Le Corbusier, na Galerie Zlotowski
Hermann Nitsch, na Galerie Krinzinger
Hermann Nitsch, na Galerie Krinzinger
Daniel Buren, na Galleria Continua
Daniel Buren, na Galleria Continua
Jannis Kounellis, na Cardi Gallery
Jannis Kounellis, na Cardi Gallery
Kishio Suga, na Scai the bathhouse
Kishio Suga, na Scai the bathhouse
Noa Eshkol, na Neugerriemschneider
Noa Eshkol, na Neugerriemschneider
Steven Parrino, na Massimo De Carlo
Steven Parrino, na Massimo De Carlo
Alighiero Boetti, na Sprovieri
Alighiero Boetti, na Sprovieri
Piero Manzoni, na Mazzoleni
Piero Manzoni, na Mazzoleni

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