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A força da palavra em Jenny Holzer

Falar de Jenny Holzer e se referir primeiramente à sua série Truims é um lugar muito comum, mas extremamente necessário. Isso porque a série mais famosa da artista nascida no…

por Jamyle Rkain

Falar de Jenny Holzer e se referir primeiramente à sua série Truims é um lugar muito comum, mas extremamente necessário. Isso porque a série mais famosa da artista nascida no estado de Ohio, que se destacou a partir do ano de 1982, quando colocou em um outdoor de publicidade no meio da Times Square, em LED, frases impactantes, como: “Abuse of power comes as no surprise” e “Protect me from what I want”. Projetar isso no meio de um dos maiores centros comerciais do mundo, símbolo de uma sociedade do consumo que vive alienada a um sistema econômico agressivo, fez das obras de Holzer um marco da arte pública.

Holzer havia estudado pintura, gravura e desenho nos anos antes de se mudar para Manhattan. Primeiramente, queria ser pintora abstrata. Quando finalmente foi para o coração de Nova Iorque, em 1976, se inscreveu no programa de estudos independentes do Whitney Museum. A partir dali, passou a trabalhar mais com tecnologia, desenvolvendo Truisms.

Times Square, 1986 Text: Survival, 1983-85 FOTO: John Marchael

A produção de Jenny é marcada também por duas colaborações importantes. A primeira com o artista Peter Nadin foi chamada de Living Series, concebida em 1981. Eles pegaram placas de alumínio e bronze como tela para suas reflexões, espelhando aquelas vistas em edifícios importantes, como prédios do governo. As frases refletidas tinham mensagens satíricas e também alertas, falando sobre questões políticas e sociais.

A segunda colaboração de Holzer que merece ser pontuada foi com Helmut Lang. Essa se tornou uma das colaborações mais simbólicas da arte contemporânea. Eles fizeram sua primeira projeção de xenônio em 1996, num projeto especial para a Bienal de Firenze. Essa instalação evocavam um espaço cheio de fragrâncias – projetado por Lang, levando aromas de amantes nos lençóis da cama – e adornado com os LEDs de Holzer, que diziam frases como “You are my own” e “You are the one”. Mas o trabalho mais conhecido da dupla é uma campanha de “anti-publicidade”, criada com o diretor de arte Marc Atlan, para um lançamento de fragrâncias de Lang em 2000. Para isso, Holzer criou slogans sensuais como “I SMELL YOU ON MY SKIN”.

Para além das criações mais poéticas da artista, é imprescindível frisar também sua produção voltada a um ativismo político e social. Nos anos 80, seu trabalho já era muito político, com uma força mais vinculada ao movimento feminista. Nos últimos anos, com a administração de Donald Trumpo, Holzer realizou diversos trabalhos com posicionamento contra as visões do atual presidente. Muitos deles vinculados a pedidos de impeachment.

É importante também ressaltar seu ativismo contra o porte de armas nos EUA. Em 2018, por causa dos tiroteios ocorridos em escolas e universidades no país, e em simpatia pelas demandas dos estudantes por mais controle de armas, ela criou uma obra ambulante, reproduzida em furgões que andavam pela cidade de Nova Iorque, que trazia questões em torno da indústria de armas de fogo e a violência armada.

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